Continuo sem tempo para postar diariamente e assim parece que seguirei pelo menos por mais uns dois meses.
Feito o registro, vale lembrar que ontem foi dia dos pais. Comemorei mais um, jogando tênis com meu filho e minha mulher logo cedo. Feio de se ver mas muito divertido. Ele detesta bola rápida ou pesada e só quer jogar se for para ganhar do jeito dele. Quase brigamos. A mãe para minha surprêsa correu bem, devolveu melhor ainda e é uma pena que a preguiça tenha vencido o esporte e ela tenha parado.
Depois disso fomos ao cemitério rezar um pouco pela alma do pai dela. Havia sim um movimento no lugar, mas nunca igual ao que ocorre no dia das mães.
Foi aí que tive que entender a opção que fazemos em não sermos tão queridos. Não é simpático cobrar as coisas, mandar, agir com firmeza, levantar a voz, ameaçar com a palmada, exigir respeito, exercer autoridade, servir de ponto final quando ameaçam todos eles com as frases : seu pai vai saber, vou contar a seu pai, quando seu pai chegar.... e tantas outras do gênero.
Talvez não irá o meu também me ver quando a minha hora houver chegado e não o culpo, embora eu saiba que quando oemu se for lá estarei para orar por ele porque assim fui ensinado.
Penso da mesma forma quando planto uma árvore, não será para mim a sombra mas para quem vier depois de mim. pois a sombra da árvore que desfruto hoje, não sei quem a plantou. Em matéria de filhos não sou candidato a miss simpatia. Sou apenas pai. Presente, permanente, persistente.
Dali saímos e fomos almoçar com o meu. No restaurante percebi que é natural ao homem de bem cuidar dos seus. Vi assim como eu, filhos levando seus pais à mesa com o cuidado que levam crianças. Quem sabe o que um pai faz por um filho sabe o que fazer pelo homem alquebrado pelo tempo, com os movimentos arrastados, o olhar vago e o sorriso contemplativo de quem colhe a sombra da árvore que plantou.
Hoje é bem provável que meu cansado velhinho nem se lembre onde estivemos ontem. Tem sido assim de uns tempos prá cá, mas isso não importa. Eu estava lá a seu lado como deve ser. Ele sempre esteve ao meu lado como deve ser. Enérgico, austero, exigente, implacável, severo.
Só faz homem que vale assim ser chamado, quem age pensando no homem que vai ser feito.
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
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é isso ai1 a figura do pai é sempre tida como a autoridade máxima,mas isso é mais pelo fato de ser homem e o homem ter atrelado em si(pelo menos a maioria) a imagem de macho,de dominador,de ser o que pega no pesado (isso também está mudando, o senhor da casa;enfim, o pai é aquela figura que quando nós filhos,somos crianças,que além de ser o companheiro é o que dá "medo",porque como dito por você,a mãe logo joga,vou falar com seu pai,seu pai não vai gostar...ainda existem hoje filhos que matam os pais por herança,pais matam filhos por loucura,o mundo está de cabeça pra baixo,muitos pensam se vale a pena ter um filho hoje nesse mundo e muitos pensam em como será vazia a vida sem um filho correndo pela sala,dando trabalho...mas concordo plenamente que devemos criar o filho para o mundo e não para nós mesmos e desejamos fazê-lo de acordo com a nossa imagem,pelo menos no que diz ao caráter,honestidade e do jeito que devem seguir em termos de educação e preparo para encarar o mundo...
ResponderExcluirabraços.
A postagem do ano passado me tocou mais. Mesmo assim Feliz Dia dos Pais para nós todos que ainda estamos aqui.
ResponderExcluirAbraços