É inevitável nesta fase da vida parecermos chatos, vemos tudo com espírito crítico mordaz, temos sempre um comentário a mais a fazer, uma observação, um defeito em coisas e pessoas, temos medo de quase tudo, enxergamos segundas intenções, chifre em cabeça de cavalo, pelo em ovo.
Neste domingo, para agradar meu filho,sentei-me a seu lado para assistir os tais desenhos num dos muitos canais de tv por assinatura. Tentei a princípio entender, coisa fácil para eles, mas para nossa azeda paciência quase cinquentenária, beira a impossibilidade.
Fui vendo um a um, mudando de canal, sempre na esperança de superar a impressão de que estamos definitivamente ranzinzas.
Padrinhos mágicos por exemplo, pelo que ví, mostra a história de um menino que possue dois "padrinhos" que permitem que ele faça tudo o que ele deseja, aí o garoto xinga pai, esculhamba a mãe, quebra tudo em casa, vibra com a idéia de que os pais estão mudos e não podem lhe dar ordens e por aí vai.
Ranzinza ou não, proibi esse de cara. O resto dos desenhos muda pouca coisa na carga de violência, na música alucinógena, na deformidade dos personagens, na falta de compromisso de entreter com responsabilidade. Não esqueço que Tom e Jerry é pancadaria , mas quem disse que gatos e ratos se amam ?
É desanimador ver a animação que nossas crianças estão sendo obrigadas a conviver. Por fim, a verdade escondida atrás dessa malandragem, cinco minutos de desenho e quinze de comercial. A cada intervalo o menino tem uma lista de compras.
Abreviei minha sessão de sofá com meu filho certo de que ele precisa de minha companhia mais tempo fazendo para ele o papel do herói no qual ele precisa se espelhar.
domingo, 24 de maio de 2009
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