É tão antiga quanto verdadeira a frase de domínio público que diz que atrás de cada inglês existe um pirata. Com séculos de atraso, os famintos da Somália mesmo sabendo que não construirão um Império como o Britânico, tentam toscamente aplicar no presente fórmula de sucesso do passado.
Assim, do alto da espertize na pilhagem, o Financial Times, prestigioso jornal inglês, dedicou esta semana um suplemento especial de quatro páginas ao Brasil.
Os ingleses, chegaram aqui acompanhando a esquadra fugitiva de D. João VI, em troca de tudo o que pudesse levar em madeira, ouro e o que mais pudesse um navio carregar, além de tratados de comércio unilateral, facilidades, gratuidades e toda sorte de vantagens servis que nos acostumamos a dar desde então.
Pois agora, somente agora, o jornal dá conta em letras garrafais que o Brasil " Começou a ser levado a sério", pela comunidade financeira internacional.
Levaria aqui mais linhas do que meus leitores gostariam de ler para explicar que são 15 anos de ajustes na política monetária, na construção da estabilidade bancária e no fortalecimento da independencia do Banco Central, antes que os tolos acreditem ser milagre de quem só governa a 7 anos.
O Brasil continua exportando mais minérios, laranja e carne que componentes eletrônicos e bens de valor agregado, mas nossa pauta exportadora cresceu e muito, mas também não foi milagre de 7 anos para cá.
O suplemento enfatiza o sucesso do Brasil no enfrentamento da crise e a confiabilidade de nosso mercado financeiro. Os lords não sabem é que para quem vive nú, descalço, sem escola, sem hospital, sem dente, sem polícia sem esgoto, a crise mundial é perene. Não teve data para começar nem terá para terminar. O vento sobra uma marolinha desde Cabral.
Nesses ítens o Brasil não mudou nada nos últimos 500 anos. As mesmas doenças tropicais continuam matando e graças ao aumento da população, outras como a leptospirose e a dengue só fizeram avançar.
O suplemento inglês acerta quando diz : " Persiste do VELHO BRASIL estradas e infra-estrutura dilapidadas, motoristas barbeiros (acho que queriam dizer bêbados e impunes), crimes violentos e a ACEITAÇÃO DE QUE A CORRUPÇÃO É ALGO NORMAL". Segue mais à frente, "É também um Brasil onde os velhos e maus hábitos perduram e onde os políticos ainda se contentam em empurrar os problemas fiscais com a barriga". Para finalizar comentam a crise do Senado dizendo, "É difícil conciliar uma ganância e uma corrupção tão antigas, com o Brasil moderno e estes dois Brasis coexistem".
Está aí então, quase tudo dito.
quinta-feira, 9 de julho de 2009
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