sexta-feira, 29 de maio de 2009

MERCADO GLOBAL

Os caras saíram do Peru ou da Bolívia, não sei, porque esses caras com cara de índios sul americanos são iguais aos nipo-chino- malaio-coreanos, ou seja, são como as mulheres, que só mudam o endereço.
De onde saíram não interessa, mas vieram parar embaixo da minha janela, vendendo CD daquelas musiquinhas torturantes, extraídas de um monte de tubinho colado uns nos outros que eles sopram o dia inteiro. Como se parecem muito, ou são nove deles ou o cara tá a uma altura dessa com o beiço inflamado, porque mal termina uma eles emendam outra numa agilidade impressionante.
Ficam ao lado de um argentino cabeludo, com a mesma aparencia dos jogadores, suados e carentes de banho, que cercado de tubos de colorjet, e outros utensilhos domésticos, pinta telas multicoloridas, ora de imagens psicodélicas, ora de paisagens lunares, solares ou interplanetárias, de gosto duvidoso, mas que aparentemente vendem melhor que os Cd's dos incas.
Nesta miniatura de Mercosul, os brasileiros são três engraxates que entre um sapato e outro cantam pagode batucando nas caixas de madeira com suas escovas. Como a maioria dos calçados de hoje são sintéticos, batucam mais que engraxam e sem combinarem um ritmo com o soprador dos tubos, imaginem a cena, o som e a dificuldade em concentra-se.
Mais a frente, coisa de dois metros, um paraguaio abre uma lona preta e expõe pelo menos uns quarenta Dvd's piratas e grita " solo un real ". A multidão que olhava o argentino pintar, rapidamente se desloca para ver a novidade.
Se a mídia é um real, ele baixa o filme, fica no sol, compra a lona, se arrisca com a polícia... Tem coisa errada aí. Desconfiados, os "clientes" pegam, olham mas não levam. Já pensaram se não tiver nada gravado ?
Não, não pensei, só passei para ir almoçar na esperança de que, no meu retorno à tarde, desta modorrenta sexta-feira, pelo menos os incas já tenham ido.
Com os caras que estão no comando essa é a máxima integração latina que poderemos assistir.