Num passado não muito distante, quase vinte anos, vivia momentos inesquecíveis com meus amigos, quase amigos e desconhecidos, noite afora, nas esquinas, nos bares, nas ruas. Bebiamos muita cerveja, comíamos gordura e frituras sem culpa, gritávamos uns com os outros como se os outros estivessem a quilometros.
Quando era assim, já não éramos crianças, tinhamos juízo e responsabilidade, vontade e opinião, mas corria em nós um sentimento molhado pelo álcool, ou não, em discutir sobre tudo.
Aliás, discutíamos exatamente sobre tudo o que era proibido discutir, ou seja, futebol, religião e política. O pau quebrava mas reinava a harmonia, quebrada é verdade por uma boa piada ou uma gostosa que passava, logo logo estávamos todos às gargalhadas, rindo de nós mesmos ante nossa frustração por não podermos mudar esse mundo louco.
Nos separamos, continuamos a beber e ter vontade e opinião mas não vamos mais às esquinas até porque elas não existem mais. As poucas que ainda funcionam são guardadas pelos brutamontes de terno escuro e cara de mau.
Uma nova linguagem surgiu, uma nova forma de comunicação apareceu. Estou agora conversando com gente que talvez responda amanhã, leia e não responda e até tem quem responda sem ler.
Adaptados, seguimos cultivando um saudável hábito de provocar celeuma para tomar um choop a mais.
Pois assim foi com a postagem sobre a pena de morte. Pessoas que não se conhecem estão aqui neste espaço, discutindo, se xingando, defendendo suas opiniões e isso é o mais legal, isso é o motivo do blog, a razão de escrever todos os dias.
Existem temas, pessoas e opiniões embora não existam mais esquinas. Nem tudo está perdido !
Muito obrigado !
sábado, 15 de agosto de 2009
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