terça-feira, 23 de março de 2010

OS NARDONI E OS SEUS ADVOGADOS

Não aceitaria, se advogasse, por dinheiro nenhum a defesa desse casal, por mais que isso servisse à minha carreira.Tenho medo de chegar perto de quem vê inocência nesses dois. Poderiam ser definidos como dupla, lhes caberia melhor para o papel que escolheram representar.
A pequena Isabela deixou de ter pai aos 11 meses, pois foi quando o Alexandre deixou a mãe dela, para iniciar com a então colega de trabalho Jatobá, uma nova vida.
Tenho lido apenas depoimentos de psiquiátras forenses que, como se estivesse combinado entre eles, enxergam na dupla a inequívoca presença de dois cúmplices de assassinato.
Ela com uma psicopatia típica de perda temporária da capacidade de avaliar as consequencias da ira, provada pelos depoimentos dos vizinhos, o que no entender dos médicos seria um estreitamento da consciência num quadro de irritabilidade irrefreável ou ainda estado crepuscular, onde desaparece o senso crítico levando-a a uma reação primitiva. Entendam isso como a explosão incontrolável da raiva diante de uma situação de estresse, que cega completamente.
O dia tinha sido ruim, a viagem de volta chata, as crianças gritavam no banco de trás e a "filha dele com a outra", brigou com o meio irmão e depois de agredida dentro do carro, seria "punida" quando chegasse ao apartamento. E foi. Foi esganada até perder os sentidos. Desmaiada é dada como morta pela dupla e é entregue ao pai para que defina o que fazer com o corpo.
A frieza de ânimo desse rapaz assusta. Optou pela fórmula mais prática que foi lançar pela janela a coisa que já não lhe servia mais.
Volta para a sala e aguarda o interfone tocar para descer e ver o objeto que "caíra" do sexto andar ou melhor da sua janela . Vejam as imagens daquela noite e como ele, de mão no queixo, ao lado de alguém, aponta para cima na mesma naturalidade de quem comenta a queda de uma janela sacudida por um vento forte. Foi só isso, simples desse jeito.
Jatobá sai do transe, percebe a merda que fez e cai em prantos, é fácil ver o abatimento dela, as crises de gastrite, as olheiras, enfim, a culpa.
Alexandre não, o olhar é sempre direto, desafiador, confiante no pai advogado, na justiça recursal, na falta de memória do povo e na impunidade do país em que foi criado.
Escrevo sobre esse episódio com raiva desses dois imbecis, certo da culpa dos dois seja qual for o desfecho dessa história horrível.
Há centenas de "Nardonis" soltos por aí. E centenas de advogados lutando para deixá-los como estão.