terça-feira, 8 de setembro de 2009

APRESENTO - LHES, O POVO !

Já falei aqui numa postagem passada o quanto é cômodo sentar frente a televisão, mesa de bar, fila de banco ou outro lugar qualquer, metendo a língua nos políticos quando essas figuras não vieram de marte, não tem olho na testa e não são verdes, portanto diferentes de nós.
Citei naquela oportunidade pequenos desvios encontrados em diversas profissões que desmonstrariam como anda o povo. Viciado em pequenos golpes, resolvem expiar suas culpas, culpando um grupo visível, notório e do qual tem-se um asco natural, até que se precise de um favor , um emprego, uma benesse.
Outro hábito bastante cultivado é culpar os pobres, ignorantes, sem cultura, desprovidos do acesso às artes e ao sensível mundo dos ripongos, amantes da preservação da natureza e cultivadores de experiências e sensações de liberdade e um monte de palavrório bem caracteristico dessa "tchurma". Chamo esse pessoal de "cabeças ".
Pois essa turma gosta de lotar o TCA para assistir o monólogo do silencio. Basta dizer que é "cult", pós moderno, experimental que junta gente. E não é pouca gente. Todo mundo é antenado, linkado, aberto. Não é gente rica que só pensa em dinheiro, nem gente pobre que só pensa em Silvano Sales.
Trata-se do público diferenciado que costuma ir assistir filmes na sala Valter da Silveira daqueles que mostram a câmera parada dez minutos, filmando um jumento fazendo cocô e mais cinco minutos só no olho do jumento e depois vem um cara com cara de quem fumou um baseado e diz
POIS É.....
Quando o filme acaba os bares em volta lotam com esse povo comentando esse," pois é", o ângulo da câmera e o tudo a ver com o olho do jumento. Esse povo é diferente.
Não é não ! Não é não !
Lotaram o TCA, num tal de Percpan, que é um evento musical de tirar som de taco, panela parede, ôco de melancia, o diabo, e numa apresentação de um grupo americano que entrou no palco completamente bêbado, enxergaram ali um movimento de vanguarda, numa música sem letra cantada por gente embriagada.
A certa altura da apresentação, os "músicos" buscando a interação mais que perfeita com esse público alto astral, os convidou a subir no palco. A segurança pirou e o povo diferenciado foi "interagir", mostrar baianidade.....
Os bêbados, retiraram-se para recompor-se, a segurança limpou o palco, pediu que voltassem a seus lugares e o povo "cult "atendeu.
Quinze minutos depois a direção do TCA avisa que, para que o espetáculo pudesse ser retomado seria necessária a devolução de um microfone e um instrumento que na "interação" foram subtraídos.
O TCA fica no Campo Grande em Salvador e não em Brasília, nem em Nova Brasília.
Senhoras e senhores, apresento-lhes, O POVO.