A maior novidade continua sendo a falta dela. Parece que entramos num período da existencia humana onde os dias se sucedem apenas para confirmar que estamos vivos. Sem dúvida devemos estar num vácuo qualquer, rumo a algo que não se sabe bem o que é, nem se virá para melhor ou pior.
Coletivamente nada mais nos surpreende embora tudo nos assuste particularmente e prova disso é o nosso isolamento cada vez maior e o medo de andar na rua, sempre olhando para os lados num sobressalto permanente.
Na falta de novidades, surge mais uma candidatura na esteira de tantas outras, sem nenhum fundamento político partidário ideológico, nenhuma raiz histórica de envolvimento em lutas sindicais, sociais, culturais ou pendões profissionais que de alguma forma justificasse o interesse pela vida parlamentar.
Trata-se pois do inusitado e, por azar, de infeliz coincidência, lançamento do nome de Acelino Freitas, conhecido por ser lutador de boxe, atleta mundialmente reconhecido, para disputar uma cadeira de Deputado Federal por uma legenda dessas que tem dono e gerente, nas próximas eleições de outubro de 2010.
Popó, nosso campeào aposentado, é até onde procurei saber, dono de academia, empresário de alguns lutadores e vez por outra, atua com investidor em negócios imobilários. Dele sabemos apenas que nasceu no bairro de Cidade Nova, pobre, cheio de irmãos e além de seus emocionados choros ao final de suas lutas, conhecemos do seu pensamento apenas seus agradecimentos de praxe a Deus e as promessas de no retorno ao bairro querido, nào deixar de comer a famosa feijoada que sua màe faz com exímio primor culinário.
Uma vez eleito, fará parte de um plenário que por mais quatro anos adiará a reforma tributária, assim com a reforma política e quem sabe uma nova lei de execuções penais, apenas para citar coisas de excepcional relevância que estão aí sem serem vistas, justamente porque é proibido termos novidades.
Daqui a cinco anos tudo estará como está hoje e não terá sido por culpa de Popó. Só lamento que ele tenha escolhido tornar público o seu desejo em virar político, justamente quando paira sobre ele uma história escabrosa de co-autoria em sequestro e homicídio e na condição de mandante.
Como para entrar nesta porcaria de Congresso que temos não é necessário ter ficha limpa ea de Popó, ainda não está suja, talvez seja melhor mesmo que ele vire deputado porque se vier a sujá-la, não haveria melhor lugar para abrigarmos mais um impune do que a Câmara.
Oviamente por fata de novidades, vou ficando por aqui.
domingo, 27 de setembro de 2009
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