Passados os anos de chumbo da Ditadura militar, redemocratizado o Brasil, passamos a conviver com a normalidade do funcionamento das instituíções democráticas, todo um corolário de expressões típicas para situações parecidas, vimos um partido não tradicional, de origem sindical alçar o poder, um Presidente da República ser afastado pelos "caras pintadas", realmente dando sinais que estaríamos avançando no rumo da maturidade política.
Eis que a maldita globalização embota tudo e só de dinheiro se discute, passamos a falar de investment grade, rating de agências, bolsas, todo um corolário de expressões típicas para situações parecidas.
Vivemos a ditadura da Economia, do interesse exclusivo do lançamento do carro novo, do celular, do Ipod, Iphone. Viramos as costas para a política. Chegamos a um concenso perigoso, mais perigoso do que aquele de 1964, pois agora com liberdade de imprensa para dizer, dizemos mas não temos ninguém para nos escutar, escrevemos mas não temos ninguém para ler. Estamos cercados pelo nosso silencio, aprisionados na nossa apatia, estamos perdendo a nossa maior chance histórica em provocar uma revolução, uma contestação coletiva, um basta. Estamos colhendo, sem sentir,o que permitimos que fosse plantado à nossa revelia, fizemos de tudo uma piada, um trocadilho de Zé Simão vale mais que um manifesto de João Ubaldo contra "o pelego que me enganou".
Enquanto abestalhados escolhemos quem deve ser eliminado no BBB, José Dirceu articula a volta por cima, Collor é senador e presidente de comissão no Senado, Gedel é ministro, alter ego de Prefeito e candidato a governador, Jader Barbalho é deputado, Sarney é Presidente do Senado e para não citar todo o resto da malandragem, a Ministra Sônia da igreja Renascer que acumula processos por contrabando internacional, estelionato, formação de quadrilha, evasão de divisas, é candidata a Deputada Federal. Ela só quer IMUNIDADE ( que no Brasil é sinônimo de impunidade)
A menos que cada um de nós esteja realmente com inveja do "sucesso" desses caras, a menos que na hora do almoço estejamos ensinando nossos filhos a construírem suas vidas em cima desses exemplos, temos que fazer sim, repercutir a necessidade em lavar da política brasileira esse perfil de aproveitadores travestidos de políticos.
O Congresso é instituição importante e vital ao funcionamento de um país democrático, a política é uma das mais importantes manifestações da vida humana. O que estamos fazendo fingindo que não conosco é um crime e seremos punidos por isso. A pena é o atraso, a vergonha e a escuridão intelectual.
Faça da sua maneira o protesto que quiser, grite quando puder, reúna-se, divulgue, não essa mensagem, porque é minha, divulgue a sua, tome coragem, tome atitude, tome rumo.
terça-feira, 7 de abril de 2009
O QUE FAZER COM ZÈ SARNEY
Um livro surpreendente que relata a breve história do séc. XXI e que me foi indicado por Fred Didier (pai) , serve de pano de fundo para ilustrar o nosso atraso. Para o autor, Thomas Friedmam o mundo ficou plano graças ao encurtamento das distancias provocado pelas tecnologias disponíveis.
Por aqui, senão redondo como pensava Colombo, ainda anda oval, prova disso é a presença de Sarney pela terceira vez na Presidencia do Senado Federal.
Três anos atrás, se não me falha a memória, ao encontrar Claudio Coelhão num bar, ele me perguntou se eu imaginaria o que poderia acontecer se o senador morresse num sábado de carnaval. Com 88 senadores, sem que ele especificasse qual, não demorei a entender , sendo ele baiano, a quem queria se referir.
Sabendo viver numa parte do planeta que ainda tem sinais ovalados, num primeiro momento imaginei o caos : A imprensa dividida, metade em luto e a outra metade em festa, o aeroporto cujo nome leva o do filho dele, lotado, o estacionamento, cuja licitação o neto dele ganhou, sem uma vaga. O espaço metade ocupado para receber convidados para o grande funeral e a outra metade para os paulistas momescos. A bagunça em hotéis, em barracas de praia, palanques para discursos, camarotes vip's, enfim uma mistura complexa de sentimentos estariam alí em pleno carnaval.
Por alguns minutos "viajei " na fantasia de Coelhão até perceber que, se aqui o mundo ainda é redondo a ponto da morte de um senador dentre 88 é capaz de atrapalhar a festa de 2 milhões, o problema é deles que se espremem nas ruas como há séculos em busca de circo e brioches.
Foi então que percebi que só na cabeça de Coelhão aquilo seria motivo de preocupação.
Quatro meses antes do carnaval o povo já havia enviado condolências ao senador. Jogaram-lhe terra sobre o corpo vivo, impuseram-lhe três derrotas sucessivas, afastaram-no do poder, reduziram suas bancadas, apontaram-lhe o caminho a seguir.
Se ainda não aplainaram o Senado ou o Maranhão, como se vê no comentário de Roberto Pompeu de Toledo na revista Veja dessa semana, é porque Sarney escolheu um lugar mais redondo que a Bahia para fundar sua oligarquia.
Mas quando chegar a hora dele, seja em que festa for, não acontecerá nada, como Felini " la nave vá " como o povo "o show não pode parar", como os católicos "a vida continua" e como eu digo : já foi tarde !
Por aqui, senão redondo como pensava Colombo, ainda anda oval, prova disso é a presença de Sarney pela terceira vez na Presidencia do Senado Federal.
Três anos atrás, se não me falha a memória, ao encontrar Claudio Coelhão num bar, ele me perguntou se eu imaginaria o que poderia acontecer se o senador morresse num sábado de carnaval. Com 88 senadores, sem que ele especificasse qual, não demorei a entender , sendo ele baiano, a quem queria se referir.
Sabendo viver numa parte do planeta que ainda tem sinais ovalados, num primeiro momento imaginei o caos : A imprensa dividida, metade em luto e a outra metade em festa, o aeroporto cujo nome leva o do filho dele, lotado, o estacionamento, cuja licitação o neto dele ganhou, sem uma vaga. O espaço metade ocupado para receber convidados para o grande funeral e a outra metade para os paulistas momescos. A bagunça em hotéis, em barracas de praia, palanques para discursos, camarotes vip's, enfim uma mistura complexa de sentimentos estariam alí em pleno carnaval.
Por alguns minutos "viajei " na fantasia de Coelhão até perceber que, se aqui o mundo ainda é redondo a ponto da morte de um senador dentre 88 é capaz de atrapalhar a festa de 2 milhões, o problema é deles que se espremem nas ruas como há séculos em busca de circo e brioches.
Foi então que percebi que só na cabeça de Coelhão aquilo seria motivo de preocupação.
Quatro meses antes do carnaval o povo já havia enviado condolências ao senador. Jogaram-lhe terra sobre o corpo vivo, impuseram-lhe três derrotas sucessivas, afastaram-no do poder, reduziram suas bancadas, apontaram-lhe o caminho a seguir.
Se ainda não aplainaram o Senado ou o Maranhão, como se vê no comentário de Roberto Pompeu de Toledo na revista Veja dessa semana, é porque Sarney escolheu um lugar mais redondo que a Bahia para fundar sua oligarquia.
Mas quando chegar a hora dele, seja em que festa for, não acontecerá nada, como Felini " la nave vá " como o povo "o show não pode parar", como os católicos "a vida continua" e como eu digo : já foi tarde !
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