sexta-feira, 25 de setembro de 2009

UM LONGO CAMINHO

Encontrei-me ontem com Nestor Júnior, colega de faculdade nos idos de 80. Somente agora ele concluiu o curso de Direito, não que tenha sido mais ausente às aulas do que eu, nem pior aluno, na verdade, fazia ao mesmo tempo jornalismo e este, sua maior paixão , o acabou arrastando para profissionalizar-se, criar famíla, tornar-se conhecido e respeitado, publicar um livro antológico que conta a história do Esporte Clube Bahia, e virou sucesso literário no gênero.
Lá no nosso passado de amizade, quando convidado por Antônio Pithon para assumir a vice-presidencia de comunicação do clube, nos anos 90, foi lá em casa me chamar para assumir a vice administrativa. Aceitei honrado, mas pensando melhor, em menos de 45 dias depois, lá estava eu no meu confortável anonimato, longe das impublicáveis verdades que descobri existir no clube amado e que não permitiriam a pessoas como eu e ele convivermos.
Pouco tempo depois ele também saiu, assim como Pithon e ladeira a baixo, o único clube Bi Campeào Brasileiro do Norte ao Nordeste, desce aos infernos, asfixiando a quarta maior torcida deste país continente e hoje, há oito anos sem um título sequer, perâmbula esquálido rumo ao esquecimento.
Nestor seguiu sua vida e foi parar em Angola, trabalhando na organização da Copa Africana de Seleções, evento que antecederá a Copa do mundo de 2010 na África do Sul.
Ontem à tarde, entrou na minha sala um senhor enorme, barrigudo e totalmente grisalho. Acabam aí as referencias à idade. Nestor, com um brilho juvenil nos olhos, veio ouvir a minha opinião pois vinha já por dois meses, gestando ações que deverá tomar caso aceite o convite da atual Presidencia do Bahia para que aceite cuidar, com carta branca, do marketing do velho e combalido Esquadrão de Aço.
Por quase cinco horas conversamos sobre tudo que podíamos e ao sair, embora saiba que o caminho é longo, porque sei quem é Nestor, deixei que a esperança mais uma vez ocupasse um pequeno espaço neste sofrido coração tricolor.