Quando Argélio me procurou pedindo uma indicação de um bom urologista, obviamente que não poderia pensar em outro que não Juarez, para mim a forma que Deus escolheu para me provar que existia e a quem já dediquei aqui uma postagem.
Argélio passava por uma severa crise financeira e não podia pagar consulta, nem tinha plano de saúde. Ao comentar com o médico que tratava se de um velho amigo, imediatamente a gratuidade foi oferecida por este ser humano maravilhoso que é Juarez.
Sem que eu tenha visto, e que isso fique bem claro, Argélio tinha, para um leigo, uma queixa inusitada de que o seu pênis estava torto. Inicialmente me preocupei se era para baixo e em que direção poderia estar indo, mas ele disse que era lateralmente e que estava quase a 90 graus. Assustado, tentei ajudar o amigo e tratei logo de marcar a tal consulta.
Não sei porque o médico pediu que eu acompanhasse Argélio no dia da consulta e assim foi.
Levei uma revista Veja, pois se a coisa demorasse teria com o que me ocupar. Em vinte minutos Argélio foi chamado e mais uma vez para a minha surpresa, Juarez pede que eu entre. Mais uma vez, lá fui eu sem entender bem prá que e meio envergonhado porque Argélio, com mais de 65 anos poderia ficar encabulado.
Iniciada a consulta, após as apresentações de praxe, o médico pergunta o porque da queixa e para nossa surpresa Argélio argumenta que em 1950, ganhou de um amigo um Picômetro, aparelho artezanal que servia para dar-lhe noções de diâmetro e comprimento. Ocorre que de uns anos prá cá , Argélio vem percebendo que além da queda do díâmetro estava havendo uma curvatura para a direita que só fazia acentuar-se ano a ano. Disse que estava preocupado porque ainda sentia-se viril e a prática do sexo, mesmo que eventual, e à custa de Viagra, estava ficando mais difícil devido a esssa curva.
A uma altura dessas, Juarez pasmo, ouvia com os óculos na ponta do nariz e eu cobrindo o rosto com a revista prendia, o que certamente era a maior gargalhada dos últimos cem anos. A pergunta era, que diabos eu estava fazendo ali.
Segue o exame para a maca atrás do biombo e daí prá frente só consigo ouvir o médico falando coisas do tipo, dói aqui, é aqui, sente aluma coisa ali, e expressões da rotina dessa especialidade curiosa que é a urologia.
De repente ouço Argélio dizer : Aí não, Doutor tá tudo bem !
E o médico responder : eu sei, mas aproveitei prá checar a sua próstata.
Entendi ali que podia ser de graça, ouvir a história do picômetro mas lembrava sempre ao paciente que se está ruim pode ficar bem pior. O cara não ia perder a viagem !
Assim, recomendações feitas, exames solicitados voltamos, cada um prá sua casa e deixamos lá o doutor com as coisas da urologia .
Ah ! Se Argélio ficou bom ? Nunca mais tratamos do assunto.
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
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