quinta-feira, 15 de abril de 2010

PARA ARMANDO NOGUEIRA

Ontem à noite assisti do meu sofá uma homenagem cifrada a Armando Nogueira. Era sobre o que vi, que o poeta Armando falava, o que o encantava continua presente, o que o seduzia permanece vivo. o que o inspirava mostrou ontem que só falta mesmo um jornalista a sua altura para transformar em texto eterno os lampejos de segundos com que os "meninos da vila" presentearam aqueles que tiveram o prazer em ve-los atuar.
Não são santos aqueles demônios de branco que infernizaram a defesa do valente Guarany de Campinas. Não é o placar que traduz a beleza do espetáculo que ví ontem. O placar funciona como o acorde mais forte na sinfonia, que ontem não foi inacabada como a de Bethoven, mas só o menino Neymar escreveu a sua 5°, com a facilidade de quem toca "atirei o pau no gato". O generoso poderia ter marcado seis gols mas entregou um pênalti para que um zagueiro participasse da festa.
Tal qual bailarinos, esse misto de atletas, meninos de rua e anjos percorrem os quatro cantos do campo numa harmonia digna do Lago dos Cisnes de Tchaikovski , sim, são cisnes brancos flutuando bola nos pés, mesmo que entre eles haja um ganso, mas é justamente ele que rege a orquestra. Viram ? Como um zagueiro tonto não sei se dançam ou tocam, se são músicos ou bailarinos. É aí que Armando Nogueira faz falta, ele saberia definir com palavras certas o que esses garotos estão fazendo.
Para quem gostava do escrevia o velho jornalista que se foi, ontem á noite, tenham certeza, lhe foi prestada a mais honesta,e silenciosa homenagem. "Para : Armando Nogueira - Do : futebol brasileiro - entregue pelos pés dos meninos da vila Belmiro.
Sem a facilidade e romantismo de Armando Nogueira, fico aqui querendo manifestar meu encantamento com esse time do Santos sem saber bem o que dizer. Mas aí é fácil, sou apenas torcedor não poeta.