terça-feira, 20 de outubro de 2009

ENTRE SER E PARECER SER

Quando eu era jovem, meu pai uma vez me pegou numa contradição onde, embora eu falasse a verdade meus atos indicavam o contrário e ele do jeito matuto dele, narrou uma situação que num primeiro momento me pareceu absurda mas que com o passar dos anos ficou bem claro o seu objetivo.
Disse-me o velho que não adiantava eu estar falando a verdade se tudo indicava não ser. O exemplo dele foi o de um rapaz que entra num covil de ladrões apenas com a finalidade de levar um embrulho, uma carta ou apenas dar, a pedido de alguém, um simples recado. Ao sair deste antro, ser visto por alguém, saindo ali, seria o bastante para ser confundido com um dos ladrões que por ali andam, embora não o fosse de verdade.
Bem mais tarde fui aprender que já se dizia na Roma antiga que à mulher de César não basta ser honesta, tem que parecer ser. Vejam o poder que as palavras tem, essa frase, ou a interpretação dela, veio de Roma à boca de meu pai atravessando séculos da história do homem.
Hoje liguei para Kiti, velha e querida amiga que aniversariou ontem e que eu, envolvido pela alegria de comemorar o também aniversário de meu filho, acabei por não ligar para ela, embora tenha lembrado. O mesmo fez ela que não ligou para o pequeno, embora tenha me dito haver lembrado.
Pois ocorre o mesmo com os meus leitores neste blog. São diários e são fieis mas se não fazem comentários não posso saber se leram ou não, ou seja, não basta ler tem que comentar !
Não basta lembrar do aniversário tem que ligar ! Sabe porque ? assim como parece que esqueceu parece que não leu !
Às gargalhadas nos despedimos trocando mútuos desejos de paz, felicidade e saúde coisa que desejo a voces todos, meus amigos leitores, mesmo que não leiam, mas que pareçam ler, porque o mais importante é a gente se saber querido.