Em 1975, valha-me Deus, eu já tinha 14 anos, portanto a trinta e quatro anos atrás, quando fui presenteado com um mês de férias em Caetité, terra de minha mãe, linda cidade que fica a intermináveis 700 km distante de Salvador.
Eu era aquele menino amarelo, magrelo, feio e de óculos, quase sacristão de missa de tanto que minha mãe e avó me levavam. Pensei que a viagem iria resumir-se a visitar tia velha, ir ao clube do Banco do Brasil e jogar bola com primaiada. Não foi não.
Parece que fazia parte dos planos de meu pai, e eu não sabia, que os primos mais velhos me levassem á Rua Nova, conhecida zona de meretrício da cidade e me apresentassem uma fruta nova, já que do pequi eu não gostei. Mas não foi não.
Os mais velhos encarregaram Zé Belisquinha e Luis Cobrinha para a missão de me levar ao encontro da verdade, e a pessoa na cidade, habilitada para o fim, era uma senhora chamada Ana Rebolo.
Responsável por isso há quase duas décadas, dona Ana tinha fila na porta. Era menino que não acaba mais, de cabeça baixa, com um cruzeiro na mão suada de um misto de ansiedade e medo, esperando a vez para entrar num casebre de dois cômodos, separados por uma cortina de pano, onde por detrás se via a cama de mola um penico e um candeeiro aceso.
Gorda e desgrenhada, era cheirosa e até onde podia, carinhosa. Como eu não sabia o que fazer nem por onde começar, ela subiu em mim e se sacodia, gemia e gritava me fazendo sentir, ou pensando que me fazia sentir, o maior garanhão da redondeza, até o serviço terminar, coisa que não demorou muito porque ela sabia o que tinha que fazer.
Nunca mais esqueci o caminho do brega. Tinha dinheiro, era prá lá que eu ia, gostava de tudo, das moças, das músicas, do clima e da honestidade.
Claro que não conheci Summer Nelson, na minha época essa sorte não tenho notícia de contemporâneo que tenha tido.
Pois assim foi ontem no Estado americano de Idaho, quando uma babá, de um pobre menino de 14 anos, foi denunciada pelos pais dele, por haver feito sexo com o sortudo por sete meses, três vezes por dia, que tortura. A "criminosa" é loira, peituda e tem 28 anos.É o dobro da idade do garotinho que já tem cabelo até na orelha. É de ter dó dessa criança !
Não sei se sinto raiva de dona Ana ou inveja do menino, mas isso serve prá a gente ver como o tempo muda.
terça-feira, 14 de julho de 2009
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