Que somos meio macacos disso não há mais dúvida, e aí é só lembrar do macaquinho que tudo o que pega cheira e enfia na boca, se primeiro gostou do cheiro, prá saber que desde sempre o homem age igual.
Não fosse assim não teríamos descoberto que boldo faz bem para o estômago, quebra pedra para os rins e camomila para os "nervos". Um dia qualquer ao experimentar uma folha dessas alguém depois de muito mascar ficou lerdão, riu sem parar, sem motivo e depois de algum tempo sentiu uma fome capaz de comer um javali. Depois disso um sono.....
Com os monges beneditinos na Idade média deu-se na fermantação do pão que dormiu ao relento. O barato que resultou na cerveja trapista que hoje ocupa lugar de destaque mundo afora, começou sob os muros de um convento, não tinha farra, mulher pelada ou orgia, foi apenas por acaso. A IMBEV agradeçe.
A diferença começa a ficar perigosa quando a curiosidade macaquiana dá lugar ao oferecimento da coisa curiosa com o fim de viciar e subjulgar o curioso que troca dinheiro pela coisa viciante e assim como seria capaz de matar um javali para comer, passa a matar um semelhante se isso lhe gerar os recursos para obter o veículo do seu prazer.
Tentei em dois parágrafos resumir a existencia das drogas e o surgimento do tráfico, ponto final da estação do crime de envolver, cooptar, adoeçer e criminalizar aquele que apenas foi um dia curioso como um macaco.
Como todas as outras plantinhas desse reino de meu Deus, a AYAHUASCA, planta principal do chá que recebe o nome DAIME, surgiu entre os inocentes índios da Amazônia e que foi expropriada pelos cultos para servir a outros propósitos. Quem assistiu AVATAR viu lá uma planta /espírito guiando a tribo. Para os índios essa planta é também um espírito. Seus efeitos dão ao usuário revelações, visões, sensações que os remetem a Deus e houve com o tempo, uma apropriação cristã do sentido do chá, justamente para dar-lhe uma aceitação social que a diferenciasse do ópio ou da cocaína. Há hoje "igrejas" do Daime. que no entender de alguns especialistas é tão alucinógeno quanto qualquer outro alucinógeno encontrado e criminalizado por aí.
O cartunista Glauco, monge, pastor, padre, guia espiritual, conselheiro à base dessa beberagem foi aparentemente a primeira vítima de gente que queria ser chamado de Jesus e que dentre outras substancias bebia o tal chá. Para dona Lucélia Santos, Cássia Kiss e outros famosos, o inocente chá indígena é só um chá, como se a papoula não fosse uma flor e a coca não fosse secularmente mascada pelos índios da Bolívia, Colômbia e arredores.
Neste papo de maluco, percebe-se apenas que do macaco curioso, para a devastação provocada pelas ramificações que essa curiosidade atingiu, resta uma humanidade refém e sem saída, cada vez mais envolvida na auto destruíção.
terça-feira, 30 de março de 2010
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