Ronaldo Nazário de Lima, essa história de garoto pobre, pegar ônibus para treinar, sofrer as distancias e os riscos de viver em periferia, soa parecido com dejavú, samba de uma nota só ou frase feita, já que a esmagadora maioria desses jogadores Brasil a fora, são realmente filhos da Pátria que é como é e cansados de saber, cansamos de ouvir.
O fio condutor da história desse rapaz que me leva a escrever é sua humildade.
Assistindo pela televisão aos seus primeiros jogos, sentado no banco de reservas, em pé, segurando a cobertura de Eternit do fosso, olhar atento ao jogo, aquele rapaz torcia pelos seus anônimos companheiros de equipe enquanto aguardava a sua vez, de pela terceira vez, tentar fazer aquilo que mais gosta e que graças a isso, saiu da miséria, ganhou o mundo, dinheiro, prêmios, reconhecimento e o tão sonhado sucesso.
No intervalo para hidratação o ví servindo água aos colegas, que dias antes, não acreditavam que fossem um dia treinar ou jogar ao lado de um ídolo.
Quando marcou o primeiro gol pelo novo time, pesada e ironicamente derrubou o alambrado de um pequeno estádio do interior, com o mesmo entusiasmo que talvez tenha vibrado com um gol lá longe, na sua história no interior do Rio de Janeiro.
A humildade desse moço merece uma observação acurada, simbólica que é, nesses dias conturbados de crise mundial. Do tempo do dinheiro, das bolsas, das ações, dos trilhões.
Na sua entrevista após o jogo de domingo em que com dois gols, sendo o último deles uma pintura, afirmou que mais importante que o gol era o êxito que aquele grupo estava tendo. Poderia , fosse outro avocar a glória para sí, dizer-se Rei, Imperador, Deus, mas não, não é assim com ele. Ele só precisava ver-se alí, dando um pulinho para certificar-se da trajetória da bola. Ele não precisa de quase mais nada deste mundo, além de sentir-se vencedor. Venceu todos, venceu tudo. Coservou a humildade, o jeito menino de sorrir de vibrar e de alegrar estádios com um pouco de futebol.
Quem lhe julga por uma farra, uma bebedeira, um casamento desfeito, não tem a sua humildade, faria muito pior se tivesse oportunidade e não se levantaria uma , duas, três vezes com a mesma altivez e galhardia.
A humildade é o seu traço e o seu melhor exemplo. Parabéns Ronaldo.
segunda-feira, 27 de abril de 2009
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