Coisa gostosa é chegar ao trabalho disposto, após um bom exercício físico. Sem jogar tênis por conta de uma reforma na quadra do prédio, comprei um Mizuno Wave, o cara da loja disse que era ideal para corrida e confiando nele fiquei com um vermelho bem RED.
Só tem um problema : Ladrão adora tênis porreta.
No primeiro dia encontrei os pais de Bruno, colega de meu filho, que correm alí na Barra e eles me avisaram para o perigo que é o trecho entre o Cristo e o clube Espanhol e grato, passei a me preocupar com todos que cruzam meu caminho. Olhavam o tênis e eu gelava....
Enquanto corro, vou cantando uma músiquinha para ajudar a passar o tempo e enganar o cansaço e assim foi até que me veio Erasmo Carlos na cabeça. Decidi então que contrataria um personal trainner ( é assim que se escreve? ) . Fui ver o custo, um susto, além do fato de ficar suspeito, eu, coroa correndo com um garotão, do Rio Vermelho até o Farol.
Foi aí que subindo a Ladeira da Contorno observei aquele amontoado de gente cheirando crak e pensei. Vou contratar um ladrão prá mim.
Erasmo cantava, " um homem prá chamar de seu", eu agora terei um ladrão para chamar de meu.
Entrevistei uns quatro, três eram viciados, roubavam para manter o vício. Desses, um me pareceu o melhor pois tinha condições de correr o percurso ao meu lado três vezes por semana. Fiquei com ele.
Se rouba para manter o vício, na entrevista, fiz o cálculo de quantas pedras a cinco reais cada, ele fumava por dia, ví que ele olhava meu tenis e comprei um para ele e saímos.
Ele não sabe onde moro nem o meu nome. É feio e meio assustador mas conheçe meio mundo de pivetes que cruzam conosco e demonstra a eles que o Dr. , está com ele e ninguém me incomoda.
O motorista nos aguarda no Farol onde me despeço e entro no carro de volta para casa. Dou-lhe cinco reais para o lanche e ele fica louco de alegria.
Uma vez ele me disse o nome, tem eu R no meio não sei se é Nerson, Wirson ou Gerson mas o chamo de Zé. Expliquei que era mais rápido e fácil, ele aceitou, até agora sem reclamar.
Pois é, agora tenho um personal thief, pelo menos nesse trecho da cidade estou livre. Já pensei em levá-lo para outros pontos mas o contrato é recente e não sei por quanto tempo vou manter esse luxo, afinal a crise ainda ronda nossa economia.
Já me falaram que eu posso ter um personal poliça, para o caso do menino gripar e eu correr o risco de ser confundido por aí e uma patrulha me abordar. Mas isso é assunto prá depois. Por enquanto só Zé está resolvendo e bem o meu problema de segurança.
terça-feira, 25 de agosto de 2009
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