segunda-feira, 2 de agosto de 2010

SOCRATICAMENTE

Este foi talvez, dentre todos, o filósofo da antiguidade que mais me encantou no pouco que pude ler de muitos deles. Dizem que não há nada em registro físico da passagem dele na terra, apenas o que se diz ter sido ele quem disse, e Platão, até onde sei foi aquele que melhor reproduziu o pensamento daquele a quem chamavam de "o vagabundo loquaz"(tagarela). Seu crime, corromper a juventude, a pena beber cicuta ( um tipo de veneno). Se admitisse o crime, o exílio e não a morte. Preferiu a morte a admitir o que não entendia haver feito. Ele esclarecia os jovens, ensinava os jovens não agradava com os poderosos e os religiosos.
Ontem li numa revista uma história que atribuem haver se passado com Sócrátes, o que realmente duvido. No mundo de hoje, descartável, da informação deformada, atribuem-se coisas que os homens não disseram e não há pena nem castigo. Entretanto, mesmo sem saber ao certo se foi com o grego ou não, apenas pelo valor da mensagem vale aqui registrar.
Andava Sócrates por aí e um sujeito segura-lhe o braço e pergunta se quer ouvir uma história sobre um amigo que tinham em comum. Sócrates responde : somente se passares pelos três filtros. O primeiro, o da verdade - É verdade o que tens a me contar ?
- Não tenho toda a certeza, isso me chegou assim....
O segundo filtro é o da bondade - O que tens a me dizer sobre este amigo, é bom ?
- Não é bom, é ruim, muito ruim ! Respondeu o homem.
Então só resta o último filtro que é o da utilidade. Resumiu o filósofo.
Se o que tens a me dizer não é a expressão da verdade absoluta e se não é bom, não pode ser útil. Guarda então para si e não me contes.
Verdade ou não, socrática ou não, essa história bem que daria para fazermos o manual de como acabar com a fofoca, destruir o veneno que adoeçe as amizades, cortar as línguas que disseminam a discórdia, enfim um manual para a vida. Socraticamente seria um bom começo !