Para economizar tempo, e aproveitar o sinal da porcaria do modem da Claro que quase nunca está bom, tenho logo que avisar que odeio novelas. Todo mundo diz isso mas acaba fazendo a mesma coisa, assiste um capítulo, depois outro e como ali parece a vida alheia e disso todo mundo gosta de dar um palpitezinho, todos nós, gostando ou fingindo não gostar, acabamos assistindo, mesmo que não acompanhemos, haja o que houver.
Pois foi nesse contexto que hoje acompanhei a surra de cinto que a mãe deu na filha. Inevitável lembrar-me das que já levei do meu pai e do ódio que sentia toda vez que dele ouvia que era melhor apanhar dele que da polícia, e que assim seria enquanto comesse "do seu pirão".
Enquanto a cena transcorria, levantei-me para tomar o meu remédio da pressão e na volta dei-lhe um beijo na testa que com certeza ele não se lembrará amanhã.
O tempo passou, é verdade, e o meu velho sequer entende que gritaria é essa que vem da televisão, passa o fim de semana comigo e se esquece de como foi bom havermos estado juntos.
Quando foi preciso, aprendi a duras penas que o pé da galinha não mata o pinto e que a mão pesada do meu pai era a régua que traçava o rumo para quem não sabia ainda que rumo tomar.
Nunca fui vítima da agressão pura e simples, essa não educa, revolta, humilha e constrange. Deixa marcas mais fortes que qualquer cinturão. Não beijaria meu velho tivesse sido eu marcado pela fúria insensata de um agressor violento. O caráter disciplinador das palmadas que levei ,reforçaram em mim os conceitos que o diálogo por sí só não foi bastante para fixar.
Quiz fazer esse registro para que um dia em breve, possa comentar com o meu pequeno filho, como certas atitudes servem para explicar nossas atitudes muitas vezes , aos seus olhos inexplicáveis.
Somente vivendo a vida é que vamos percebendo o amor embutido nas ações de gente que nos ama de forma incondicional como os nossos pais.
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
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