sexta-feira, 6 de novembro de 2009

POSTAGEM PAULISTA

Comecei minha vida profissional empregado numa empresa paulista, assim sendo, desde 1995 viajo de Salvador, aliás como todo bom nordestino faz desde o começo do século 19, para ganhar a vida na capital do estado mais rico desta República bananeira.
Naquele tempo, havia novidade por todos os lados. Os preços eram menores, os restaurantes eram, assim, algo cinematográficos, com serviço diferenciado, bebidas que jamais tinha visto ou bebido, eletrônicos que faziam coisas que no Nordeste nem sabíamos existir, fora, é claro, o glamour de dizer estar ou acabar de ter chegado de São Paulo.
Nestes anos todos "eles" ficaram maiores, mais ricos, mais caros e menos brasileiros, é verdade, mas falta mais hoje o que sempre lhes faltou. Charme, delicadeza, beleza , humor.
Nada do que se vê deixa a desejar a NY, Tóquio ?, mentira !
As calçadas de NY sáo largas e limpas, a criminalidade desde Julianne vem caíndo, os preços face a outra realidade tributária são melhores e o espírito cosmopolita é real.
Hospedado nos Jardins, num hotel de 200 dólares, em frente ao Rubayat da Alameda Santos,onde acabei de almoçar, não posso ser acusado de ter uma visão distorcida da cidade.
Após duas horas e meia de viagem de avião, levei mais duas horas de carro até o hotel, num dia claro, sem nuvens no céu e sem nenhum acidente que justificasse essa coisa impossível que é deslocar-se neste caos urbano. Pobreza, lixo, degradação humana se misturam nesta cidade sem cor e sem mar, sem alma e sem graça.
Além do trabalho que continua a me obrigar estar aqui, alguns amigos todos baianos, estarão comigo estes dias. numa coincidencia que aliviará um pouco esse período dias onde nem novidades a preço baixo levarei como recordação.
Dentre outras coisas, a globalização estragou isso também, ninguém mais liga se você chegou ou não de São Paulo.