quinta-feira, 18 de junho de 2009

APENAS MAIS UM SONHO

Acordei no meio da noite como convém a quem tem sonhos que começam bem e quase terminam mal. Estava banhado de suor, tinha o coração aos pulos e buscava claridade que me permitisse asserverar haver voltado prá casa.
Esta noite, talvez sob influencia do noticiário recente,me enxerguei de gravata e paletó, dirigindo-me aos colegas de plenário, mas falando para o meu Estado, como representante dele, no Senado Federal. No sonho o meu discurso foi algo assim :
Faço uso desta tribuna logo em seguida à fala do Senador José Sarney, Presidente desta casa, para dizer-lhe que não votei nele para ocupar este cargo. Desta forma, sinto-me livre da responsabilidade ao que me toca, quando afirma no seu discurso que o problema é do Senado. Igualmente não participei de nenuhm ato que tenha dado emprego a nenhum dos seus parentes, bem como não há nesta casa assinatura minha concordando com a criação ou uso de verba secreta para qualquer fim. Não pertenço ao Senado Federal para ter aqui que "vestir a camisa"do Senado como se isso aqui fosse uma empresa ou time de futebol.
Defendo a Instituíção como parte integrante dos poderes do Estado Democrático de Direito. Defendo os poderes constitucionais do Senado.
Não estou aqui senão pela vontade do povo do meu Estado para representar e lutar pelos seus legítimos e universais direitos, não devendo por isso dar-me braços com "colegas" para apoiar comportamentos que firam a ética e a transparência, que casa como essa deve ter. Estarei aqui pelos oito anos de mandato e se julgar que não foram suficientes para que pudesse ver um pouco do muito que desejo encaminhado, submeterei novamente meu nome ao escrutínio popular. Ele soberanamente que me julgue.
Não posso é fazer da função temporária de Senador meio de vida e profissão. Não posso é me utilizar deste mendato para escrever a história da minha família por três gerações como se eu fosse eterno, não posso é utilizar dos artifícios disponibilizados por outros, que assim não pensam e legislar aqui em causa própria já que a causa que me trouxe foi a Pública.
Para concluir, sr. Presidente não concordo, não apoio e não me sinto colega de ninguém aqui. Sou Senador pelo meu Estado por oito anos e os meus colegas são os que se formaram comigo há trinta anos atrás e exercem como meu a profissão que escolheram, criando a suas famílias com seu trabalho e pagando os impostos que ora ajudam a pagar meus subsídios.

Depois disso não me lembro de mais nada. Só sei que acordei ensopado de suor !!!!!!!