quinta-feira, 15 de julho de 2010

CHEGANDO AO SENADO

Estou deveras preocupado. Estive ontem no final da tarde fazendo umas comprinhas no Shopping Barra, o meu preferido porque é calmo e frequentado, na sua maioria, pela turma da terceira idade, com as lojas que mais gosto e costumo comprar, além de ter o Califa onde se bebe o melhor choop da cidade e o Tokai, a melhor cozinha japonesa depois do Soho.
Já quase na saída, em frente ao SAC fica uma banquinha de revistas e parei para dar uma olhada , quando alguém chama meu nome. Era um coronel da reserva, meu vizinho, que estava sentado numa mesinha da lanchonete que fica logo ali, onde durante o dia revezam-se aposentados para bater papo, passar o tempo, tomar café, rever amigos, fazer novos.
Ao cumprimentá-lo, foi logo puxando a cadeira mais próxima e me apresentando aos outros quatro que compartilhavam o espaço com ele naquele horário, naquele rodízio.
Minha preocupação vem daí. Aceitei o convite, sentei e gostei. Fiquei quase meia hora, falamos de uns dez assuntos diferentes, sem interesses , nem compromissos e ri, ri muito.
Ao tomar assento fui informado que o lugar é conhecido como o Senado. Não houve explicação para o porque e nem tempo para explicar, mas que ali não vi nenhum vetusto senhor como convinha ao senado no passado lá isso não vi, pelo contrário, a molequeira com tudo é tamanha que, mesmo sem saber o motivo achei muito apropriada a qualificação que deram ao espaço. Democrático, é mesmo.
Foi lá que ouvi de um deles, a admiração pela evolução da perícia técnica moderna que praticamente acaba com a insolubilidade dos crimes, como acabou ocorrendo no caso dos Nardoni e mais recentemente no da advogada de São Paulo e o pior deles todos o que envolveu o goleiro de Flamengo.
O velhinho empolgado disse que no caso dele, se fizesse como o goleiro seria pego facilmente, pois se pensasse em cortar a mulher para servir aos cachorros, pensaria duas vezes com pena dos bichos, ía ter cachorro vomitando, devolvendo, passando mal e "inguiando" com a carne. Disse : " a menina embora feinha, era carne fresca, boa de mastigar, até eu comia, já Doralice , ia ficar rastro de pelanca espalhada no canil e eu seria apanhado mais rápido do que ele foi ; ali o bicho tem estar uns oito dias sem nada na barriga prá encarar ". Preciso dizer o tamanho da gargalhada ?. Vai ver é o melhor marido do mundo, vive bem, ama a esposa. O resto é essa coisa de reunião masculina, seja nesse aqui ou no Senado de verdade.
Hoje à tarde, vou buscar uma calça que deixei prá fazer bainha. Ainda não sei se já está na hora de ir chegando ao senado, mas que vou dar uma passadinha por lá, podem ter certeza.