segunda-feira, 30 de novembro de 2009

BRASIL, NÂO DESITA DELE !

Na semana passada, escrevi aqui em poucas linhas um texto sobre mais uma da "tchurma" de Brasília e despachei e-mails pedindo que as pessoas fizessem algo que significasse uma reação. NADA.
Um dos meus amigos respondeu ao e-mail, afirmando que havia desistido do Brasil. Novamente a TV nos brinda com as filmagens de "homens públicos" enchendo bolsos, bolsas, sacolas, paletós e desta vez por falta de espaço, até nas meias.
Será mesmo que meu amigo tem razão e é melhor desistir do Brasil ? Deixar para eles, para os que vierem depois deles e continuarmos ajudando com nosso trabalho, com nosso voto, afinal não podemos parar de trabalhar e o voto é obrigatório ?.
Hoje recebi também via e-mail, "pérolas do orkut", e lá uma menina comunica a quem quiser ler que ela embora seja quase pobre, está namorando um rapaz quase rico que a levou para jantar e tinha lá uma carne com um molho BARBA E CU que ela detestou.Em outra pérola, aparece a foto de uma mocinha sentada num carro de madeira, de uma famíla pré histórica que para ela são os FRINTOS.
Ontem no Fantástico, a candidata a modelo disse que seu sonho era ver-se estampada em fotos pela rua, naqueles HOT DOG.
Ao abrir o computador pela manhã, uma seguidora e amiga me envia uma notícia de jornal sobre umas pulseiras coloridas que estão vendendo na rua, moda entre adolescentes, que consiste em indicar pela cor da pulseira usada, que tipo de intimidade o portador aceita ter ou fazer naquele que conseguir tirar a pulseira. A coisa vai do simples beijo ao ato sexual completo, passando por todas as etapas que a criatividade permitir, já que são mais de oito as cores das pulseiras que podem inclusive serem usadas em quantidade não limitada. O nome do absurdo é SNAP, moda inglesa que chegou aqui este ano.
A confusão na cabeça das pessoas é grande, as informações vem de todos os lados, disso se aproveitam os safados que ficam ricose e impunes, enchendo meias e cuecas, bolsas e sacolas com dinheiro que deveria servir para melhorar a sociedade e ajudar o povo a se educar, se respeitar e cobar respeito.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

VIVENDO A VIDA

Para economizar tempo, e aproveitar o sinal da porcaria do modem da Claro que quase nunca está bom, tenho logo que avisar que odeio novelas. Todo mundo diz isso mas acaba fazendo a mesma coisa, assiste um capítulo, depois outro e como ali parece a vida alheia e disso todo mundo gosta de dar um palpitezinho, todos nós, gostando ou fingindo não gostar, acabamos assistindo, mesmo que não acompanhemos, haja o que houver.
Pois foi nesse contexto que hoje acompanhei a surra de cinto que a mãe deu na filha. Inevitável lembrar-me das que já levei do meu pai e do ódio que sentia toda vez que dele ouvia que era melhor apanhar dele que da polícia, e que assim seria enquanto comesse "do seu pirão".
Enquanto a cena transcorria, levantei-me para tomar o meu remédio da pressão e na volta dei-lhe um beijo na testa que com certeza ele não se lembrará amanhã.
O tempo passou, é verdade, e o meu velho sequer entende que gritaria é essa que vem da televisão, passa o fim de semana comigo e se esquece de como foi bom havermos estado juntos.
Quando foi preciso, aprendi a duras penas que o pé da galinha não mata o pinto e que a mão pesada do meu pai era a régua que traçava o rumo para quem não sabia ainda que rumo tomar.
Nunca fui vítima da agressão pura e simples, essa não educa, revolta, humilha e constrange. Deixa marcas mais fortes que qualquer cinturão. Não beijaria meu velho tivesse sido eu marcado pela fúria insensata de um agressor violento. O caráter disciplinador das palmadas que levei ,reforçaram em mim os conceitos que o diálogo por sí só não foi bastante para fixar.
Quiz fazer esse registro para que um dia em breve, possa comentar com o meu pequeno filho, como certas atitudes servem para explicar nossas atitudes muitas vezes , aos seus olhos inexplicáveis.
Somente vivendo a vida é que vamos percebendo o amor embutido nas ações de gente que nos ama de forma incondicional como os nossos pais.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O CÍRCULO VICIOSO

Em abril deste ano complicado, mais precisamente no dia 27, escrevi aqui sobre a espetacular volta por cima que Ronaldo Nazário de Lima, o Ronalducho do Corinthians, deu e de como a sua humildade foi fator preponderante para que voltasse a jogar bem e exibir um futebol que o fez vencer a pobreza e galgar o mundo, até embaixador da paz da Unesco já foi.
Não retiro nada, quando o assunto é bola.
Venho agora, motivado pelas notícias veiculadas na imprensa, comentar as atitudes do atleta que em muito se parecem com as atitudes da maioria dos seus colegas de profissão.
Ronaldo fez um acordo na justiça espanhola, onde vivem Milene Domingues e Ronald, seu filho do primeiro casamento, aquele de cabelos encaracolados e parecidíssmo com ele, onde pagaria mensalmente a bagatela de 10.000 (dez mil) euros, a título de pensão alimentícia. Este valor corresponde a 30.000 reais, o que convenhamos, para o padrão de contratos esportivos e de imagem, além da fortuna que nosso carequinha tem, chega a ser modesto. Só para ilustrar, o goleiro do meu Bahia, time da segunda divisão (temporariamente), recebe 72 mil reais por mês, pelo menos contratualmente.
A surpresa vem do fato que Ronaldo, tentou reduzir o valor da pensão alegando que a mãe, que não fez o menino sozinha, usava mais do dinheiro do que o garoto. A justiça espanhola manteve o valor e o atleta agora está recorrendo dessa decisão pedindo que o valor seja reduzido à metade.
Só com a educação, que ele exigiu que fosse européia, vão 6.000. Esse menino e mãe então estariam vivendo só com 4000 euros ? Tem alguma coisa errada na notícia.
Tendo ou não mentira nisso aí, o fato é que jogador feio, com loira que casa e dá cria, é certeza de problema, porque depois da primeira loira vem outra e depois de uma cria vem outra também e toda essa montanha de dinheiro que esses caras ganham, vai embora porque eles todos, ou a maioria, deixam-se cercar de gente que não os ajuda a entender valores que levem à estabilidade emocional e o que eles enxergam é só o glamour dos momentos dourados que a evidência proporciona . O círculo vicioso é esse, seja qual for o resultado.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

DESISTIR, EU ? JAMAIS !

Essa postagem não terá mais de dez linhas. Apoiado na inércia nacional, o Presidente do Senado José Sarney, emplacou agora, segundo o jornal O GLOBO, uma cupincha sua, última colocada num concurso interno, para ocupar a única vaga disponível e ganhar 12.ooo,oo reais mês.
Coincidentemente, de todas as postagens desde março de 2009, as que tiveram menor número de comentários foram as que envolveram essa figura abjeta.
Do que voces tem medo ? Que esse senhor venha lhes tomar o emprego, prejudicar suas empresas ou vasculhar suas vidas ? O que lhes impede de dar publicidade a fatos como esse apontando o responsável, já identificado na reportagem e o fato determinado, provado pelo nome, função e salário da beneficiária ?
Omissos como preferem ficar, perdem o direito de reclamar do lixo moral de país em que vivem e ajudam a alimentar ! Sem nada fazer, tornam-se cúmplices de gente como ele.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

SAFARDANA

Eu também não sabia o que significava esta palavra que dá título a esta postagem, até encontrá-la no dicionário, pois procurava mesmo um sinônomo para variar um pouco. SAFARDANA é o indivíduo sem escrúpulos, desavergonhado, safado, canalha, salafrário.
Quando soube que o Forte de São Marcelo, construção quinhentista, iria ser revitalizado para abrigar um museu nautico, dotado de salas de audio-visual para aulas sobre a história da edificação, aulas essas para escolas públicas e que neste espaço haveria um restaurante temático onde as pessoas poderiam apreciar a vista da Baía de Todos os Santos, vendo o cais, o porto e o Elevador Lacerda, vibrei. Quando ví a iluminação cênica que fazia o velho Forte flutuar á noite nas águas calmas e protegidas pelo quebramar, viajei.
Assim fui visitar o local meses depois, passada a euforia dos visitantes pós abertura e senti-me orgulhoso em fazer a travessia num pequeno barco, por cinco minutos, chegar na rampa de acesso, ao meio-dia, sol a pino e ver a cor do mar de Salvador.
Ao entrar, recepcionistas, folders explicativos e para a minha surpresa um bucaneiro trajado como no séc. XVIII a nos encaminhar para o climatizado e bem decorado restaurante BUCANEIROS.
Lá dentro, entre as paredes de pedra e taipa de pilão, as mesas se distribuíam de modo a nos permitir a ver pelas vigias envidraçadas, a bela paisagem escaldante do Mercado Modelo, Elevador Lacerda e o Palácio do Rio Branco. Se para nós era lindo, para o turista, um deslumbramento.
A comida excepcional, da nova cozinha que mistura doce e salgado, especiarias e frutas e um cardápio eclético, com poucas opções porém com tudo, como massas, carne ,peixe e frutos do mar. Boa carta de vinhos a preços acessíveis e sobremesas deliciosas como um sorbet de coco com calda de gengibre e raspas de limão. Os preços, os mesmos de bons restaurantes da cidade, senão mais baratos.
Como presto serviços a várias empresas do sul do paìs, todas as vezes que chegava algum cliente era para lá, com direito a passeio de barco que os levava e vaidoso comentava como é linda a minha península.
Dias desses fui até lá com um grupo de paranaenses e para minha tristeza o restaurante fechou. O acesso ao Forte agora custa 22 (vinte e dois reais por pessoa ), valor que se fosse para depois de visitar suas salas agora vazias, valeriam a pena após a refeição, mas não há mais nada para se ver que não se veja de qualquer outro lugar.
No caixa para receber o valor que me recusei pagar está uma mocinha que sequer sabia que naquele Forte houve um dia um restaurante. Ela trabalha agora na ONG de um coronel da polícia que em algum "convênio" conveniente, tomou para sí e colocou a catraca SAFARDANA no lugar.
O prefeito que só tem de bobo a aparencia, deveria explicar melhor o que realmente houve ali.
Essa coisa de ONG, já passou da hora em abrirmos suas caixas-pretas e expor os SAFARDANAS por trás delas.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

BATENDO PAPO

Este mes de novembro foi muito complicado e poucas foram as postagens. Fiz uma viagem a São Paulo de cinco dias, tivemos uns dias de feriado á mais, é verdade, quem pensa que só foi o dia de finados engana-se, no dia dos comerciários paramos aqui, e no dia da consciencia negra pararam lá fora meus clientes, o que reduz em muito a necessidade da nossa presença.
Padecendo de dores de coluna e bacia tive que fazer uma série de exames, consultas médicas e o tempo foi ficando curto. Acredito que de amanhã em diante eu já tenha material para fechar esse mes. Meu fiel seguidor e comentarista Rodrigo Otoch viajou com a família para os states, Roger outro freguês, tem estado sumido depois que casou, enfim, está tudo meio morno.
Entro agora num tratamento de recuperação de uma contusão grave na bacia e fêmur o que deve servir para engordar e deprimir, mas se não fizer nada estou correndo o risco de nunca mais jogar uma partida de tênis. Pelo médico devo me afastar por 6 meses.
Meu amigo Alberto esteve em Salvador e nem pude vê-lo, este é outro fiel seguidor que de longe nos acompanha. Ontem recebi a visita relâmpago da família Serrano, ele leitor e ela seguidora, com inserções sempre inteligentes. Até Navalhinhas está todo derrubado, cuidando dos dentes do cotovelo e de outra série de males de gente da nossa idade.
Antonio Carlos se encheu desse negócio e não se manifesta mais, Adilson anda lendo mais não comenta, o Quadrado é o leitor mais assíduo, e Evelyn Vasvárin, nome artístico de um amigo que prefere não se identificar, sempre passa aqui, o Sapo anda sumido, Milena agora passou a participar, Cláudia, Andréia e Gabriel estão sempre por aqui, enfim , até o Pascoli que é leitor eventual deve estar achando que esmoreci mas é que novembro foi de morte.
Por falar nisso tenho que terminar pois vou a mais uma despedida, dessa vez a Adson Pithon, uma dessas pessoas a quem nada desabona. Espero que Deus o receba e que cubra de alento sua esposa, minha prima Albion a quem a vida tem sido dura desde a perda prematura de Carla.
Este bate papo fica por aqui. Até amanhã se Deus quiser !

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

SER CORDIAL

Já faz um bom par de anos que estarrecido ouvi, contada por minha irmã, a história de que havendo levado os filhos á festa de anversário de uma coleguinha de escola de Júlia, sua filha caçula com então sete anos, não mais que repentinamente, lá onde estavam os adultos, chega a aniversariante com a roupa rasgada e logo depois outro pequeno com um sangramento na testa ; os pais, todos a essa altura levantam-se e vão, cada um segurar ou procurar seu próprio filho no meio de uma briga generalizada, dessas de saída de estádio, onde pedras eram atiradas. Obviamente ali mesmo acabou a festa. Detalhe, o evento não era na periferia, os meninos não eram os rotulados de sempre.
Esata semana o Palmeiras teve dois dos seus jogadores expulsos no intervalo do primeiro para o segundo tempo por haverem protagonizado uma troca de bofetadas entre si. Detalhe, não eram adversários eram colegas, assim como as crianças da tal festa.
O que se esperar então dos estranhos, que nunca se viram, que não tem nada em comum entre sí, além do fato de cada um ter um carro ?
Pois é, estamos diante do momento em que o homem cordial está desaparecendo ou não mais existe, coisa que intriga pois de há muito já preocupa.
A educação é coisa ampla, precisa de fundamentos, leva tempo e custa caro para ser implantada. Tem etapas, precisa de componentes e agentes vários, precisa estender-se, forma culturas, faz história, constroe nações, molda destinos.
A cordialidade é coisa simples, do homem da feira que dá um pouco da farinha que vende, da mulher que limpa o canto da boca do filho da outra que se sujou comendo um doce. Isso, a cordialidade é apenas a doçura, o sorriso gratuito a alegria boba da pessoa mais simples. A cordialidade talvez seja o traço mais humano a nos diferir dos animais ditos irracionais. Isso, estamos perdendo a racionalidade. Quase não se brinca mais. Qualquer má interpretação é o rastilho que deflagra a explosão.
Que pote de ouro esconde-se atrás de que arco-íris que nos obrigue a abrir mão disso para nos brutalizar por tudo ? Estamos explodindo sem sermos devotos de Alah. Estamos matando sem recompensa, morrendo sem ser por sacríficio, perdendo sem ser para ganhar.
Não é feliz que vivo para ver o fim do homem cordial, porque ser cordial é ser homem como fui criado para ser. De bem, do bem e de paz.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

APAGÃO DO LOBÃO

Vejam como se processam as coisas no Brasil. O Ministro das Minas e Energia, chama-se Edison Lobão. Está na política há mais de quarenta anos. Não por coincidencia é maranhense e por menos coincidencia ainda, é aliado de sempre de José Sarney.
Esse Lobão ocupava uma cadeira no Senado e foi, para o bem do Brasil, convidado por Lula para assumir o cargo de Ministro das Minas e Energia, lastreado no seu vasto conhecimento do temas relativos à pasta, uma vez que é bacharel em Direito e jornalista.
Vejam como as coisas se preocessam no Brasil. Depois de muito relutar, aceitou o convite e deixou a sua cadeira no Senado para o seu suplente, não por coincidência, Edison Lobão Filho, carinhosamente chamado de lobinho. Sob suspeita de fraudes mil por onde passou, o lobinho bobinho quase não assume, mas convencidos pela palavra de Sarney que tudo o que se dizia dele era apenas intriga da oposição, lá se foi lobinho pro lugar do lobão.
A mulher de Tonho reclama com ele que não está conseguindo ligar a batedeira, por um problema na tomada da cozinha e pede a ele que se vire para consertar. Tonho, havendo chegado do trabalho cansado, quase dez da noite, depois de duas cervejas no bar para relaxar, mune-se da chave de fenda e vai ver o que aconteceu com a tomada. Retira o espelho, desconecta a tomada e quando encosta a chave no fio, ouve da sala a voz da mulher : Ô Tonho, que merda voce fez aí na cozinha que desligou tudo aqui ? Venha ver !
Tonho já havia percebido, pois a cozinha também já estava um breu e foi até a sala para dizer que não sabia o que foi, pois apenas desmontou a tomada e tocou no fio.
Quando foi à janela e viu que São Paulo inteira estava no escuro, botou a mão na testa e disse : Meu Deus o que foi que eu fiz !. Desesperado e corroído pela culpa já pensava em fugir, quando lhe ocorreu ir discretamente para arua ouvir opiniões sobre quem poderia ser o imbecil que causou aquilo tudo, com medo de já saber a resposta. Somente depois de sair de casa e ir ao bar, ficou sabendo do apagão que deixou 80 milhões de brasileiros sem luz por mais de cinco horas.
Em Brasília, o meio advogado, meio jornalista Lobão, dava como encerrada a discussão afirmando do alto da sua experiência, tratar-se apenas de raios que atingiram a rede.
Durma tranquilo Tonho, já tem imbecil demais para fazer a merda em seu lugar, conforte sua esposa e aproveite o escuro para namorar um pouco.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

RANKING DA VERGONHA

Quando maravilhado lia diariamente a coluna de Clóvis Rossi, articulista da Folha de São Paulo, embora sabendo que escrever não era apenas usar um dom de colocar as palavras em tom certo e adequado, ser direto e objetivo no espaço que lhe é ofertado, mas também um exercício de pesquisa, confirmação da fonte, estudo das circunstâncias históricas, compromisso com a verdade, bom domínio da língua e demais qualidades que um jornalista com ele tem de sobra.
Me intrigava também como podia um cara andar tanto, saber tanto , denunciar tanto, mostrar tão claramente as mazelas todas que nos enojam e saber que no outro dia, estaria ali para fazer quase o mesmo, mês a mês, ano a ano, sem aparentar cansaço ao perceber que um fato comentado, um escândalo exposto, uma denuncia feita, só serve de preparativo ao novo fato escandaloso seguinte a ter o mesmo destino do próximo ainda não revelado.
Pois é esse o papel do jornalista, do comentarista, ser incansável até que outro o substitua ou cessem os fatos escandalosos que mereçam nota.
Diante disso é que penso ser inútil estar aqui quase todos os dias para dizer quase as mesmas coisas sem o brilho de gente como ele.
Nunca antes na história desse país, eu vi, como simples telespectador, filmagens onde um Waldomiro qualquer recebe dinheiro, ou um sujeito dos correios conta dinheiro e põe no bolso do paletó em rede nacional, um cara leva dólares na cueca, um dos 5.562 prefeitos é flagrado recebendo propina ( faltam filmar os outros 5.561), assim como o dinheiro na mesa da filha de Sarney e outras centenas de imundices e safadezas desse país sem jeito , nesse lamaçal sem fim.
Agora, sai um tal Ranking da Corrupção mundial onde o Brasil constava na sua última versão, na octagésima quinta colocação (85), entre 180 países e nessa publicada ontem, subiu para a septuagésima quarta posição.
Se com tudo o que vemos e vivemos conseguimos reduzir a corrupção, e só temos hoje 106 países onde se rouba e se corrompe mais, nós melhoramos e muito.
Há apenas 75 países onde se rouba menos que o Brasil.
Clovis Rossi me socorra !
No ranking da vergonha o Brasil não aparece. Ou nunca tivemos ou perdemos a que tínhamos, porque acreditar em rankings como estes, aceitá-los ou pior crer que realmente no ambiente onde vivemos essa praga recuou, é ser no mínimo, o cara de pau número um.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

DIETA REVOLUCIONÁRIA

Andei muito tempo largado, na farra, nas noitadas, nas bebedeiras, me enchendo de gordura por todos os poros, como se quisesse morrer ou não me importando com o futuro. Prova disso é que me casei em dezembro de 1985 pesando 80 quilos e anos depois cheguei aos 84 meu recorde absoluto.
Depois de muito penar, comecei já em 1989 uma pequena, mas significativa mudança de hábitos e parei de fumar.
Em 2001, comecei a jogar tênis o que veio somar-se ao antitabagismo e melhorar minha saúde como um todo.
Mas o que nunca pude dizer de público aos que me questionam do porque estou beirando os 50 anos vestindo manequim 42 e pesando 70 Kg, é a parte mais interessante dessa coisa que é ter aderido à dieta do EMAGREÇA COMENDO, algúem.
Para minha surprêsa, agradável por sinal, a revista Veja em sua edição dessa semana traz na sua capa o título, CORPO- o novo manual de uso.
A reportagem fala dos bons hábitos de exercício, alimentação, sono, perigos e alertas contra o álcool, o cigarro, as gorduras, tudo o que já estamos fartos de saber. Mas a certa altura, um quadro ilustrado elenca o quanto a prática regular de determinadas coisas pode contribuir com a longevidade da pessoa. Não pude resistir ao que vi , comprei a revista e mostrei a minha mulher que, embora ela as vezes reclame, minha dieta além de estar certa, mostra-se agora atual, com base científica e digo mais, remédio caseiro faz bem e muito à saúde.
Tenho o inenarrável prazer em copiar os números da reportagem para mostrar a vocês o quanto esse negócio faz bem.
"Quantos anos é possível ganhar a mais na vida, com hábitos saudáveis" ( vejam quem vem encabeçando a lista) : ter uma vida esexual ativa, segura e prazerosa + 8 ; não fumar +5 ; dormir bem +3 ; manter o bom humor e ser positivo + 1,5 ; fazer exercícios físicos regulares + 3 ; manter-se intelectualmente ativo +1,4 ; alimentar-se de forma regrada e com prazer +3 .
Ou seja, somando tudo dá viver mais quase 25 anos, mas, se a criatura quiser dar uma desleixada aqui e ali e só manter a dieta de emagrecer comendo ALGUÉM, que dura mais ou menos 13 anos, 8 de sexo e 5, porque cigarro, nem pensar né ?
Treze anos em cima de setenta que é a expectativa média dá 83. Com a ajuda da patroa e uma mãozinha do viagra, se Deus quiser serei um velhinho danado !

sábado, 14 de novembro de 2009

O BRASIL POTENCIA ?

Minha amiga Beatriz está feliz e ansiosa. Leu no Financial Times que o Brasil daqui a alguns anos será a maior potencia mundial. Se eu fosse ela já estaria começando a comprar o material para construir meu bunker, pois quando acontecer isso provavelmente é porque sobrou pouco do resto do mundo. Aqueles acordos de não proliferação de armas nucleares deram todos errados.
Lamentavelmente tive que desfazer essa expectativa dourada da minha querida amiga, chamando a sua atenção para um fato crucial, para que qualquer coisa aconteça por aqui.
O Brasil para virar potencia precisa aprender o que significa RESPEITO.
O Brasil não respeita as crianças, prova disso é a alta taxa de mortalidade, falta de registro civil, leitos de UTI neonatal, escolas, creches e por aí vai.
O Brasil não respeita os jovens e aí está o crak invadindo as escolas, os professores quase analfabetos, sem reciclagem, os livros escolares repletos de erros, com problemas de distribuíção, a merenda escolar no meio da corrupção e muito mais.
O Brasil não respeita os adultos. Rios de dinheiro correm das nossas carteiras e não sentimos sequer a sensação de segurança para ir à feira, nào temos estradas dignas, nem leitos em hospitais e tudo mais que já se cansou de ler, ver e saber.
O Brasil não respeita as leis que escreve, não pune, não prende e quando o faz é sempre o mais fraco, o mais preto e o mais pobre.
O Brasil não respeita os velhos, vide a vergonha do INSS; não respeita os deficientes, basta andar pelas ruas.
Enfim, o Brasil não respeita o consumidor,o preso, o morto, a história, a cultura, as artes. O Brasil não respeita nem suas árvores.
O Brasil tem sim potencial, mas daí a ser potencia só se for em 2999. É mais ou menos assim, o sujeito tem um pinto grande mas não tem ereção,ou seja, tem potencial mas não tem potencia.
Perdão pela comparação chula, mas em se tratando do Brasil não consigo fazer melhor.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

PAGAR DÍVIDAS

Esta semana que passou uma amiga me cobrou por um cd que fiquei de gravar com músicas de Chet Baker. Segundo ela , isso eu havia prometido no ano passado e somente agora, cobrado, vou providenciar a tal gravação, cópia de cds desse espetacular trompetista americano.
Alguns podem dizer que não tratou-se de uma dívida, mas da forma que fui criado, compromisso assumido, compromisso honrado. Nada mais desagradável que aquele olhar, voce me deve algo, voce falhou comigo.
Não sei por que acabei caindo justamente no mercado, para exercer a função incompreendida por muitos e vestir a roupa de homem de cobrança. Lá se vão quase vinte anos e muito do que construí veio e vem da atividade de fazer lembrar aos outros o quanto é importante honrar um compromisso.
Essa postagem teve início porque gostaria de dizer o quanto acredito ser importante pagar por aquilo que se compromete, mas acabei mudando de direção e penso ser mais apropriado do que dar lição de moral, assinalar o quanto essa atividade incompreendida, mal vista e mal quista tem de fundamental ao bom andamento da atividade comerial.
Para salientar isso ,basta citar a atitude dos bancos que pontuam seus gerentes para fins de promoção e a recuperação de crédito é o ítem que mais pontos agrega ao trabalho do gerente.
Pois assim, aqui estou eu, vinte anos depois, orgulhoso dos quase 200 postos de trabalho que ofereço, dos troféus que as equipes da empresa conquistaram, do prestígio que gozo pela lisura do meu comportamento e a retidào do meu caráter.
Nossa empresa e digo assim porque sei, que lá trabalham pessoas que a encaram como sua, pelo esforço que fazem para elevar o seu nome e o quanto devo a cada uma delas por dirigir a pequena RED CARD.
Nunca prejudicamos um concorrente, nunca sonegamos o direito de nenhum empregado, não devemos impostos, não atrasamos salários, não há contra nós ações de qualquer natureza, seja cível, fiscal, tributária e se dez reclamações trabalhistas foram interpostas nestes anos, a maciça maioria delas foi ganha por nós ao provar que as inverdades não prosperam por muito tempo.
Assim, quase após um ano de blog, uso esse espaço para pagar uma dívida comigo mesmo que é a de declarar um amor explícito pelo trabalho honrado e sério, razão da alegria de colher os seus frutos.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

GEISY E O SEU ERRO

Somente hoje resolvi sair do meu sossego para comentar essa babaquice sobre a moça lá de São Paulo, que foi para a sala de aula vestida com uma roupa de malha curta, que quando anda sobe mais ainda.
Quando vi os filmes de Internet e a bagunça que fizeram com ela, resolvi não comentar justamente por tratar-se de um negócio tão ridículo que nem comentário merecia.
Mas hoje o portal Terra vem falando que a moça recebeu convites para posar nua e estuda esses convites.
Aí a coisa muda de figura.
Até o momento em que ela, cuja cara não a recomenda bem, veste um vestidinho curto e vai provocar quem ela queira, não há nada de mais.
Se a Faculdade deixou-a entrar daquele jeito, não poderia expulsar.
Os colegas imbecis que fizeram disso um problema só queriam matar aula e fazer arruaça, pois basta ver os e-mails que circulam na Internet com fotos das amigas, primas, namoradas que sabem-se fotografadas por celulares e o que elas fazem, para sabermos que ali não havia nenhuma defesa de moral, bons costumes ou defesa de Instituíção nenhuma porque sabemos que a putaria anda solta, as meninas estão gostando de misturar meninos com outras meninas, que no meu tempo era suruba hoje é swing, as meninas agora sabem aproveitar a delicadeza de outras meninas, todo mundo aderiu ao "brasilian biquini" (depilação total ) , a exibição de intimidades sexuais é moda entre 90% dos jovens e o resto é pura sacanagem, preconceito , porque a falsa loira não é do grupo e pronto. Hipocrisia pura.
A coisa muda de figura se Geisy aceitar a proposta, assim com a professora do negócio enfiado, transformou-se em dançarina do bar, onde ao expor-se, acabou perdendo o emprego.
Aliás quem sabe dela agora que luz do holofote apagou ? O "sucesso"acabou.
Era exatamente por isso que evitei até saber das intenções de Geisy, comentar esse episódio.
Assim como outros tantos vai apenas acabar numa revista masculina de quinta categoria, nas mãos dos onanistas que a acusaram, ela faturando algum para cobrir as custas advocatícias e infelismente, talvez comprovar que quem vê cara vê quase tudo.
O erro de Geisy é o que parece estar corroendo quase todos. Mais vale o dinheiro que vai conseguir mostrando o que não foi visto na Uniban, do que toda a humilhação que supostamente ela sentiu. De qualquer forma é uma merda, as coisas todas terem apenas um fim.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

POSTAGEM PAULISTA

Comecei minha vida profissional empregado numa empresa paulista, assim sendo, desde 1995 viajo de Salvador, aliás como todo bom nordestino faz desde o começo do século 19, para ganhar a vida na capital do estado mais rico desta República bananeira.
Naquele tempo, havia novidade por todos os lados. Os preços eram menores, os restaurantes eram, assim, algo cinematográficos, com serviço diferenciado, bebidas que jamais tinha visto ou bebido, eletrônicos que faziam coisas que no Nordeste nem sabíamos existir, fora, é claro, o glamour de dizer estar ou acabar de ter chegado de São Paulo.
Nestes anos todos "eles" ficaram maiores, mais ricos, mais caros e menos brasileiros, é verdade, mas falta mais hoje o que sempre lhes faltou. Charme, delicadeza, beleza , humor.
Nada do que se vê deixa a desejar a NY, Tóquio ?, mentira !
As calçadas de NY sáo largas e limpas, a criminalidade desde Julianne vem caíndo, os preços face a outra realidade tributária são melhores e o espírito cosmopolita é real.
Hospedado nos Jardins, num hotel de 200 dólares, em frente ao Rubayat da Alameda Santos,onde acabei de almoçar, não posso ser acusado de ter uma visão distorcida da cidade.
Após duas horas e meia de viagem de avião, levei mais duas horas de carro até o hotel, num dia claro, sem nuvens no céu e sem nenhum acidente que justificasse essa coisa impossível que é deslocar-se neste caos urbano. Pobreza, lixo, degradação humana se misturam nesta cidade sem cor e sem mar, sem alma e sem graça.
Além do trabalho que continua a me obrigar estar aqui, alguns amigos todos baianos, estarão comigo estes dias. numa coincidencia que aliviará um pouco esse período dias onde nem novidades a preço baixo levarei como recordação.
Dentre outras coisas, a globalização estragou isso também, ninguém mais liga se você chegou ou não de São Paulo.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

TUDO ANTES era MELHOR

Se transformarmos o título dessa postagem em sigla teremos TAM. Esta história envolvendo a empresa de aviação do já falecido comandante Rolim Amaro, nada tem de denûncia ou tragédia, frustrando portanto aqueles que esperavam que fosse hoje disparar justo contra a empresa na qual, espero amanhã estar embarcando em segurança para uma viagem de lazer/negócios por cinco dias em São Paulo.
Aproveito o ensejo para avisar que o REDBLOG estará de amanhã até terça-feira no umbigo do mundo, para os paulistanos, e de lá enviará notícias.
A história com a TAM passou-se na verdade com Antonio Carlos, aquele meu amigo do mercado ampliado, que em viagem que faz anualmente aos EUA para participar de uma feira de eletrônica, ao embarcar de volta em Huston, surpreendeu-se com a mudança da categoria do seu cartão de fidelidade que antes lhe dava maior volume de carga e agora caiu pela metade e ainda foi rebaixado de cor ( um horror !) .
Como trazia um bloco de notas feito pela mulher que aqui ficou e tratou de ocupar o tempo livre do coitado com uma lista de inutilidades domésticas, viu-se o rapaz obrigado a pagar pelo excesso. Melhor que arder no fogo do inferno na boca da megera.
Ao fazer em boa hora a conexão entre a situação e a marca, não deixou de lembrar-nos que realmente, não só neste caso, mas que tudo antes era melhor,e aí não tenho dúvida.
Depois de horas de sufoco, embarcou num vôo de volta e percebeu que a frase o perseguia pois o assento além de mais estreito, estava com a distancia para o da frente menor. Quando tentou reclinar a poltrona e a mesma não saiu do lugar, chamou a comissária que já foi aeromoça, e soltou a frase TAM e ouviu dessa feita que sempre fora assim, uma vez ser a poltrona, a que fica uma fileira antes da saída de emergência e por isso não reclinava.
Dormiu, quando foi acordado e recebeu a bandejinha com a comida, fez aquela cara de nojo, mas foi brindado com o bom humor e irreverencia da comissária que não perdeu tempo e disse-lhe resoluta : TUDO ANTES ERA MELHOR. Até ela sabe !

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

A HORA DO NÂO

Hoje quero pedir a compreensão de voces , meus seguidores e entre eles meus amigos, para fazer uma lista de coisas que me ocorreram e dela as dúvidas que nasceram e que me fizeram pensar se é rabugice de velho ou se realmente meu tempo já passou. Rabugento é o sujeito mau humorado e não necessariamente precisa ser velho, coisa que a julgar pelos meus exames estou até distante. Quanto a estar vivendo num tempo no qual sente-se deslocado, todos estes achados abaixo justificam-se e tenho certeza que alguns de voces, sem perceberem, já assinalam vários desses ítens, o que nos coloca em sintonia dando-me um certo alento de não estar só.
Não uso piercing, não uso drogas, não uso tatuagem,não reconheço hip-hop, hard rock,funk, bate estaca como música, não fumo cigarro ( 20 anos) , não perco noite, não bebo a ponto de vomitar ou precisar de remédio, não sou pentescostal, não gosto de barulho, não vou a evento que tenha empurrão para entrar ou para sair, não gosto de viajar de carro, não aceito viadagem como opção, não voto mais em ninguém, não faço dívidas que naõ possa pagar, não gasto mais do que ganho, não leio ficção, não gosto de ficar muito tempo sem ver meus amigos, não discuto mais nada ( dou a minha opinião e ouço as outras) , não consigo roubar, não aprendi a calar diante da injustiça, não sei nenhuma luta marcial, não estreito relações por interesse econômico financeiro ou social, só afetivo, não empresto dinheiro, não como gordura nem comida ruim, não gosto de porcaria (seja ela cara ou barata, mesmo as que estão na moda ) , não como Mac Donalds, não faço força nem para ver nem para ser visto, não confio em muita gente, não duvido de mais nada, não tenho mais coragem prá muita coisa, não sei mais viver sem minha mulher e meu filho e talvez por isso não tenha perdido o medo da morte.
Seja a hora do não ou não, como pensa Caetano, não me deixem só, descubram como é legal chegar a esse ponto de não precisar dizer sim a tudo.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

SAI DA FRENTE

Sai da frente que lá vem gente.É tempo de murici, cada um cuida de si. Desde sempre o individualismo cunha suas expressões para justificar-se e sabemos sem hipocrisia que é assim mesmo, em tempos bicudos quem não se vira, dança.
E quem há de negar que estamos em guerra? . Guerra pelo emprego, guerra urbana, guerra pelo espaço e diuturnamente, pelo menos quatro vezes por dia a guerra no trânsito nas grandes e médias cidades.
Ontem mais uma vez, pela enésima vez, lá estava eu, vociferando contra a humanidade, xingando e brigando, enlouquecido num gigantesco engarrafamento, quando me lembrei de Oscar.
Oscar é um desses amigos que levamos anos sem ver, mas quando nos vemos, bastam cinco minutos de boas risadas para atualizar tudo. Ele é um desses sujeitos resolvidos, elétrico como deveria ser toda a raça humana, conversador como convém a um bom vendedor e prático, muito prático.
Quando contei a Hélio, meu motorista e fiel escudeiro a história que motivou essa postagem, ele quase bate o carro pela gargalhada que deu e como pôs em dúvida a veracidade dela me obrigou a fazer um telefonema para que Cássio, amigo comum de Oscar, pudesse em viva voz, confirmar o fato.
Cansado como eu e acredito todos, com as dificuldades do trânsito por onde anda, fez o impensável. Viajou até Feira de Santana, comprou e reformou nada menos que uma vistosa AMBULANCIA. Acreditem porque daqui não dá pra ligar para Cássio confirmar. O homem resolveu o problema dele com os engarrafamentos e com o custo do IPVA, já que a sua viatura, pela natureza, é isenta do perverso imposto.
Só sei caro leitor, que Oscar , não tendo frescuras, nem problemas em circular com aquela banheira velha com sirene em cima, abre seu caminho e de cinco anos para cá garante nunca mais haver chegado atrasado em nenhum compromisso importante e revelou que os sinais que invade ao registrarem tratar-se de ambulância nem as multas computam, e que o excesso de velocidade é perdoado levando-se em conta a natureza do veículo.
A última vez que o vi foi numa festa e ele feliz informava que, com a ambulância ainda se diverte mais, pois chegado numa cerveja, quando quer beber além da conta entrega as chaves para a mulher e volta para casa confortavelmente deitado na maca da sua SAMU particular.Se o tempo é de Murici, sai da frente que Oscar já cuidou dele mesmo.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O DIA DE HOJE

Perguntei a minha mulher assistindo uma reportagem na TV o porque de fazer o corpo de A ou B viajar tanto para ser enterrado na cidade natal, já que para o pobre morto não faz diferença. Ela me respondeu com a simplicidade que a pergunta merecia e me disse que era para que a família pudesse visitar o local de vez em quando e lembrar-se com a presença ali, daquele que em vida foi tão importante.
Antes daquele, que para os católicos e crentes do mundo representa o dia do nascimento de Cristo, este de hoje foi o último feriado do ano. Haja feriado no ano. Esta semana que passou foi para comerciários e funcionários publicos, como se todos já não tivessem parado outros dias do ano para comemorarem outras coisas como o fato de serem pais, mães, até namorados !
O dia de hoje é reservado aos que foram, foram do nosso convívio, dos nossos olhos, da nossa vida. Hoje será nosso dia um dia e não aproveitaremos o feriado.
A pergunta é, quem estará lá para nos visitar e se estaremos anotando as presenças para em algum momento cobrarmos as ausências. Não é assim que fazemos vivos quando comemos e bebemos juntos e recebemos o presente que simboliza a lembrança da data que para nós significa festejar estarmos vivos e termos nascido ?
No dia de hoje fui visitar os pais de minha mulher num desses lugares. Em nada se parecia com uma festa, pessoas e muitas delas em silêncio olhavam para o passado, querendo que seus queridos pudessem ao menos anotar as suas presenças, cada um como se em silêncio pudesse dizer olá, eu ainda estou aqui ao seu lado, mesmo sem poder vê-lo sorrir, ou tocá-lo para demonstrar o quanto eu gosto de você.
A saudade não precisa de um feriado para existir, o gesto não mede a falta, não dimensiona o sentimento. A dor da perda é individual e intransferível. Cada um pode e deve reverenciar os seus mortos da maneira que se sentir melhor. O importante é não deixar de assinalar a eles que essa distancia não existe pois o amor nem a morte vence.
O dia de hoje tem sim que ser um dia para refletir, por um momento que seja, o que queremos ser para sempre, se alguém lembrado todos os dias por quem amamos ou apenas um feriado no calendário de todos.