Repetir o título do livro de José Candido de Carvalho, foi o que me pareceu melhor para ilustrar a imagem que me ocorreu do momento que vivemos e dos personagens envolvidos.
O livro mencionado trata da história quixotesca de um coronel sonhador e suas andanças, tal qual a mítica lenda de Don Quixote.
Já eu, fugindo do lirismo da estrutura do livro e de seu realismo fantástico, que busca lutar contra o desembelezamento do mundo e das coisas, resolvi apenas traçar um paralelo entre o que já disse aqui, foi dito por Henfil, lá na década de 70 : democracia sou eu mandar em você e ditadura é você mandar em mim.
Acostuma-mo-nos a enxergar o Coronel como a figura do nordestino opressor, dono das nomeações, dos presentinhos, do cabresto, do chicote e em estado puro, do destino dos pobres que apesar de tudo viam nele, ao lado de Deus e padim Ciço, as únicas soluções para melhorar de vida, ou quando muito, não tê-la pior.
Aqui na Bahia o último deles, já sem o terno de linho branco Panamá, mas que controlava tudo a seu redor decidindo eleições com "um saco de dinheiro em uma das mãos e na outra um chicote", figurou até um par de anos atrás, Antonio Carlos Magalhães. Enquanto nos anos trinta seu professor Juracy controlava o que sabiam os pobres controlando o correio, ACM descobriu o rádio e depois a Televisão e a notícia que chegava na roça era apenas aquela em que seus feitos "varonis" eram ressaltados.
Os tempos mudaram. Os coroneis acabaram. Será que é verdade?
Hoje, o lobisomem LULA, não usa chicote mas é igualzinho ao coronel. Leva aos mesmos desafortunados, desdentados, analfabetos e desasistidos de toda natureza a boa nova de seus feitos. O nome para isso agora é REDISTRIBUÍÇÃO DE RENDA.
Hoje o homem do campo, cercado das rádios comunitárias, dos programas de "inclusão digital", modelados a espalhar as notícias que o lobisomem quer, num desfilar de números e estatísticas de meter inveja ao velho e ultrapassado chefete dos anos 50, vibra pensando estar vendo a reencarnação de Getúlio, o antigo pai dos pobres.
Gente como Sarney anda pasma, de braço dado ao bicho cabeludo, modernizando sua terceira geração para virar lobisomem, já que coronel saiu de moda.
O lobisomem é sabido, mais danado que o coronel, prá que chicote? Com esse povo manso nem saco de dinheiro precisa, basta uma bolsa qualquer.
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
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