Certas coisas servem para acalmar nosso espírito em momentos de agitação e dúvidas com relação ao futuro. Uma delas com certeza é ter histórias para contar e quanto mais elas forem, melhor.
O ano era 1968. Governava a Bahia Luiz Vianna Filho. O irmão da minha mãe era então Secretário de Imprensa e Divulgação do Estado. Neste ano, visitou Salvador a rainha da Inglaterra, Elizabeth II. O Mercado Modelo ainda não havia pegado fogo e ficava ali, ao lado do comando costeiro onde existe hoje uma escultura de Mário Cravo, que era para ser uma fonte luminosa e até foi por um tempo. Pois é, na visita da rainha ao mercado, lá estava eu pequenino aos sete anos, besta de ver uma rainha engraçada, sem coroa,nem manto, com um chapéu de flores em vários tons de lilás, de luvas brancas acenando para todos e passando feito um raio e eu lá, levado por meu tio, começando a juntar histórias para contar um dia.
Três anos depois, levado pelo mesmo tio, participo da inauguração do anel superior do Estádio Otávio Mangabeira, a Fonte Nova. Para chegarmos até a tribuna de honra atravessamos o gramado, vendo o estádio lotado. Jogaram na preliminar, Bahia e Flamengo e depois Vitória e Grêmio. Saímos, eu e meu primo Juca, depois do jogo do nosso Bahia. Não assistimos uma quase tragédia, quando um refletor expolodiu e alguém gritou que estava desabando o Estádio e a partida foi suspensa, pois a multidão desceu em desespero, invadiu o gramado e por pouco não registramos um número absurdo de mortes.
Desta hoje semi destruída BR 324 , guardo uma foto do Jornal A Tarde, ao lado do então Ministro dos Transportes Mário Andreazza, inaugurando a duplicação da via, coisa ainda nos anos setenta.
Anos depois, ví, e tinha a cara de pau de pedir autógrafos, artistas Brasil afora e com a desculpa que eram para Carolina. Assim foi com Moraes Moreira, Fábio Júnior, Rita Lee, Bel Marques, Milton Nascimento, e outros menos votados, culminando com a foto colorida num abraço, em pleno calçadão de Ipanema, com único ídolo que tenho na música que é Chico Buarque de Holanda.
Neste meio tempo até o Papa, que eu nunca imaginei ver de perto para contar, eu ví.
Mas de longe a maior de todas as emoções foi, ao sair de uma pequena boite, numa ruazinha ao lado do corredor da Vitória, no início dos anos 8o, bem rápido, ele entrando e eu saíndo, o rei, o verdadeiro fenômeno e eterno Edson Arantes do Nascimento, o Pelé. Com cara de bôbo, meio tonto, não disse nada, era tarde, ele de calça branca e camisa de seda, azul piscina, punhos abotoados e muito perfume até olhou prá mim mas não me viu, mas eu sei e não me esqueço mais nunca, do dia que eu ví Pelé.
segunda-feira, 7 de junho de 2010
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Bom não posso falar que vi pessoas tão importântes como MV, mas para não passar assim, meia sem graça... EU BRINQUEI NO PROGRAMA DA XXXUUUXXXAAA. rsrs
ResponderExcluirMuito legal.
ResponderExcluirDeu pra imaginar perfeitamente as cenas narradas.
Abraço!!!!
Doutor!!!Recordar é viver!!!!Tenho certeza que dentro da cesta ainda tem muito mais.
ResponderExcluirPô cara, cê tá ficando velho heim!!!!!!!
ResponderExcluirEm um dos pedidos de autógrafo para Carol eu estava presente: Chico Buarque no calçadão de Ipanema !!! Foi com uma cara-de-pau que nunca tinha visto ! ahahahaha
ResponderExcluirPô, mas e o autógrafo do Rei ????? Nada ???