Em abril de 2009 escrevia o primeiro texto deste blog, mais precisamente no dia 3. Era sobre a vocação profissional e de como deveria ser o comportamento de quem opta pela magistratura.
Cansado de ver e saber de fatos estarrecedores sobre juízes e seus julgados, desci o malho naqueles que maculam essa coisa quase divina que é o poder de julgar os atos de semelhantes.
Pois bem, ao passar sábado pela linda orla de Salvador, tal qual a via em 1970, quando menino, levado por meu pai e corria pelas dunas entre os coqueiros de Piatã, pude ter a dimensão da importancia de um juiz para uma sociedade.
Pois saibam os que ainda não sabem, ser o juiz que olha o coletivo, defende a norma, não cede, não transige , não vende, nem negocia, é caro, muito caro. O Dr. Luiz Carlos D'avila Teixeira, quase não resistiu às pressões e teve que afastar-se do processo enquanto se recupera de uma cirurgia para implantação de pontes de safena.
Com filho, mulher e máquina fotográfica registrei ao longo de toda faixa litorânea da Pituba até Itapoã o incalculável benefício que um anônimo magistrado trouxe a essa cidade Quase Sem Salvação. Colhi de populares as impressões mais diversas sobre o fato, mas nenhuma delas discordando de que a remoção daquele entulho com telhados, era necessária embora tardia.
A Tribuna da Bahia, ou o que restou dela, ainda tentou macular a ação da Justiça com a brincadeirinha provinciana de dizer que o baiano agora terá que levar o seu Kit praia e outras idiotices. Pois que levem, que aprendam que usufruir do sol, do banho de mar, do vento no rosto, da sombra de um coqueiro, não necessáriamente está ligado ao som alto e de mau gosto, da imundice de copo, pratos e talheres, da cachaçada pura e simples, da favelização da praia, do enfeiamento do horizonte.
Tinha barraca com mezanino, gente amontoada dormindo, acordando, vivendo na areia da praia, juntando ratos, criando cães vadios, abrigando humanos vadios, pontos de venda de drogas e prostituíção.
O Dr. Carlos cumprindo a lei, limpou a cidade, educou a cidade, calou a cidade, isto, de boca aberta para a beleza que se colheu da decisão do homem, calamo-nos todos.
No mesmo jornal, um idiota afirma que se vivo Vinícios não escreveria mais Tarde em Itapoã. Fui ver a letra e lá não falava o poetinha de barraca de praia.
"Um velho calção de banho, um dia prá vadiar, um mar que não tem tamanho e um arco-íris no ar .... sentir preguiça no corpo e numa esteira de vime beber uma água de côco....passar uma tarde em Itapoã, ao sol que arde em Itapoã, ouvir o mar de Itapoã...."
Onde está a barraca ? Viram ?
Pode voltar Vinícios Dr. Carlos garante.
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
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Bom texto...sou a favor da modernização da orla..realmente eram barracas imundas em sua grande maioria;quem nunca viu ao descer uma escadaria em direção à praia,um córrego de esgoto,de água suja fétida e preta??
ResponderExcluirTambém concordo que haviam drogados,vagabundos,prostitutas,mas também existiam lá gente de bem,que tinham e tiravam dali seu único sustento! Não precisava ser do jeito que foi; só mostrou o despreparo desse maldito prefeito e de toda a corja política que atormenta este estado...custava ter um planejamento,uma relocação mesmo que temporária,para que os barraqueiros pudessem continuar trabalhando??
Bem,que haja a modernização,mas se essa orla for que nem o metrô,aí meu velho,quero ver um juíz bater o martelo!! Onde tem licitação política e dinheiro envolvido,sem contar o ministério público,tenha certeza que há roubo,muito roubo e muita máfia...
Não estou discordando do seu texto não,mas acho que um planejamento teria sido apropriado! Nào precisávamos mesmo daquela balbúrdia,de pagode nas alturas,aquele horror de gente baderneira....eu fugi dos veraneios da ilha por conta da popularização dela...tinha um vilage que era 10 passos da praia,mas fim de semana virou point de pagodão,com carros de porta-malas aberto,que termina com gente bêbada e briga no final!!
abraços!
o bom mesmo vai ser passear com Vidinha,a praia vai está mais vazia hauhaua, bjs Carol
ResponderExcluirMV. Concordo com quase tudo, mas acrddito que os fins não justificam os meios, ao menos nesse caso.
ResponderExcluirBravo, Marcão. Concordo plenamente.Sei que os comerciantes(barraqueiros) e seus funcionários e fornecedores sofrerãom, mas hão de descobrir uma saída. Tragédia como alguns jornais sensacionalistas e políticos também quiseram nominar com a saída das barracas é exagero e falta de visão... Tragédia é ver sua casa, seus documentos, seus entes queridos serem levados pela enchente, pelo barro das encostas resultantes das chuvas ou outras intempéries. Falta administração pública na Bahia, isso sim!!!
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