Um livro surpreendente que relata a breve história do séc. XXI e que me foi indicado por Fred Didier (pai) , serve de pano de fundo para ilustrar o nosso atraso. Para o autor, Thomas Friedmam o mundo ficou plano graças ao encurtamento das distancias provocado pelas tecnologias disponíveis.
Por aqui, senão redondo como pensava Colombo, ainda anda oval, prova disso é a presença de Sarney pela terceira vez na Presidencia do Senado Federal.
Três anos atrás, se não me falha a memória, ao encontrar Claudio Coelhão num bar, ele me perguntou se eu imaginaria o que poderia acontecer se o senador morresse num sábado de carnaval. Com 88 senadores, sem que ele especificasse qual, não demorei a entender , sendo ele baiano, a quem queria se referir.
Sabendo viver numa parte do planeta que ainda tem sinais ovalados, num primeiro momento imaginei o caos : A imprensa dividida, metade em luto e a outra metade em festa, o aeroporto cujo nome leva o do filho dele, lotado, o estacionamento, cuja licitação o neto dele ganhou, sem uma vaga. O espaço metade ocupado para receber convidados para o grande funeral e a outra metade para os paulistas momescos. A bagunça em hotéis, em barracas de praia, palanques para discursos, camarotes vip's, enfim uma mistura complexa de sentimentos estariam alí em pleno carnaval.
Por alguns minutos "viajei " na fantasia de Coelhão até perceber que, se aqui o mundo ainda é redondo a ponto da morte de um senador dentre 88 é capaz de atrapalhar a festa de 2 milhões, o problema é deles que se espremem nas ruas como há séculos em busca de circo e brioches.
Foi então que percebi que só na cabeça de Coelhão aquilo seria motivo de preocupação.
Quatro meses antes do carnaval o povo já havia enviado condolências ao senador. Jogaram-lhe terra sobre o corpo vivo, impuseram-lhe três derrotas sucessivas, afastaram-no do poder, reduziram suas bancadas, apontaram-lhe o caminho a seguir.
Se ainda não aplainaram o Senado ou o Maranhão, como se vê no comentário de Roberto Pompeu de Toledo na revista Veja dessa semana, é porque Sarney escolheu um lugar mais redondo que a Bahia para fundar sua oligarquia.
Mas quando chegar a hora dele, seja em que festa for, não acontecerá nada, como Felini " la nave vá " como o povo "o show não pode parar", como os católicos "a vida continua" e como eu digo : já foi tarde !
terça-feira, 7 de abril de 2009
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