Quem me conhece de perto sabe que sou careta, portanto esse título que parece nome de filme de ficção não foi extraído de nenhuma "viagem" alucinógena.
Como sou filho de um velhinho que anda todo torto, gemendo e reclamando das dores das artrites, artroses, e todo um ABC de males, fui procurar um médico fisiátra, dos bons, sem convênio nem com Jesus Cristo e comecei a coisa de um mês uma bateria de exames buscando aliviar as dores que já sinto e outras que sentirei porque a genética não falha nunca.
Só de sangue foram oito envelopes com exames de tudo o que pode ser pedido e o resultado me surpreendeu positivamente, uma vez que ele próprio elogoiu as taxas que encontrou, o que já serve de alento.
Ainda falta fazer uma avaliação dos movimentos da bacia, porque na radiografia foi encontrada uma calcificação cuja origem ele quer determinar com uma ressonância magnética, para tentar aliviar as dores que sinto ao jogar tênis e faço movimentos laterais um pouco mais fortes.
Isso aí ele viu em uma das sete radiografias que levei a seu pedido, do pescoço, da coluna , da bacia e dos fêmures.
Pois o meu encontro com o futuro deu-se exatamente no momento em que o médico olhava uma radiografia e deixou a que ilustra o pescoço em cima da mesa e eu pude me ver, como sou na verdade ou como ficarei um dia.
Amigos, eu vi o que talvez todos voces tenham visto mas não tenham enxergado. Vi a minha própria caveira.
Sem cabelo, sem pele, sem sorriso, sem brilho no olhar, sem carne. O crânio, os dentes as fossas nasais, o buraco da órbitas. Eu sempre só fui aquilo e para que quis ser tanto mais ?
Não, esse não pretende ser mais um texto hipócrita, cheio de citações ufanistas e de exaltação de valores. Esse texto é fruto de um susto, um simples e banal susto, que chamou minha atenção.
Será assim mesmo comigo, com todos nós, com os que já foram e os que virão. Não é de tristeza que busco falar aqui, é de simplicidade, é da impotência que temos em fazer algo para evitar que a radiografia prevaleça.
Uma privação aqui, uma dieta ali e o que teremos ? Um pouco mais de tempo? Para vermos o desenrolar das histórias que o tempo nos ensinou como terminam?
Vou me largar ? Não ! Vou tentar o mais que puder deixar essa caveira envolta em pele, rosada pelo sol de BuscaVida e cheia de bom scotch.
E que futuro continue pertencendo a Deus !
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Viva o presente, quanto ao futuro você já viu como acabará, portanto, a lição que podemos tirar desse texto é bastante simples: façamos o básico, sem exageros nem pra mais, nem pra menos, nossa hora está marcada, maktub, só não sabemos quando será. Se procurar problemas, achará, não tenha a menor dúvida, e poderá contorná-los da maneira mais programada possível, entretanto, viver a procura deles é que é perigoso !
ResponderExcluirTudo bem que você está fica ancião e na idade do condor, por isso está se preocupando com isso agora, mas lembre-se, tudo em excesso é prejudicial. Já chegou a uma fase da vida que aproveitá-la é a melhor decisão....Um forte abraço
MV.
ResponderExcluirÉ a nossa mais pura realidade e que muitos teimam em não querer ver. É o curso natural da vida: morrer. Para mim, significa depois renascer. Porém, além de ter visto a si mesmo naquelas condições, perceba que existem diversas pessoas que gosta ao seu redor que também um dia virarão pó e só levarão consigo seu espírito ou sua energia espiritual como queira. Por isso, aproveite ao máximo a presença delas, pois elas não são para sempre... e agradeça a quem quizer e valorize muito o fato de poder fazer todos esses exames, rápido, sem plano de saúde, pois a maior parte da população mal mal podem pensar em faze-lo.
Forte abraço,
Marcelo
Alguém, que não me lembro quem, já disse que não sabe quem inventou essa de que temos que guardar nosso corpo perfeito até a hora h, alimentação saudável (ruim), não pode beber, perder noite, hora para isso, hora para aquilo e no fim ele não vai servir para nada e os vermes vão comê-lo, logo o negócio é usar e abusar dele.
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